Fosfina
Fosfina é o nome comum para o hidreto de fósforo (PH3), também conhecido pelo seu nome IUPAC fosfano e, eventualmente, fosfamina. À pressão ambiente é um gás incolor inflamável cujo ponto de ebulição é de -88 °C. A fosfina pura é inodora, mas em seu estado técnico apresenta um cheiro bem desagradável de peixe podre.
Comumente utilizado na agricultura no formato de pastilhas, o hidreto de fósforo é utilizado na atividade de expurgo de sementes ou grãos, erradicando ou minimizando pragas de armazenagem. (Lorini et al., 2007). Após aplicado, o composto químico é volatilizado e necessita agir no mínimo por 168 horas, umidade acima de 25% e temperatura acima de 10 °C.
Fosfinas
editarCompostos derivados da fosfina em que um a três -H são substituídos por radicais orgânicos são chamados de fosfinas.[2]
Fabricação
editarA fabricação das fosfinas é um tanto fácil e diversificada.
1
editar- 2 P + 3H2 → 2 PH3
2
editar- 3 NaOH + 4 P + 3 H2O (Calor)→ 3 NaH2PO2 + PH3
3
editar- 4 H3PO3 + Calor (250°C) → PH3 + 3 H3PO4
Fosfina em Vênus
editarEm setembro de 2020, pesquisadores da Universidade de Cardiff, no Reino Unido, juntamente com o Instituto de Tecnologia de Massachusetts, nos Estados Unidos, anunciaram a possível descoberta de fosfina na atmosfera de Vênus. Devido a acidez do planeta, não era esperado encontrar fosfina, pois imaginava-se que a acidez levaria a degradação da molécula. A evidência de fosfina foi divulgada como um indicador de um novo processo inorgânico ou um indicador de atividade biológica microbiana.[4]
Em um estudo pesquisadoras analisaram dados do ALMA, um dos telescópios usados para fazer a declaração de fosfina, e não puderam detectar a assinatura espectral do gás.[5] Mas descobriu-se que os dados do ALMA que a equipe havia usado foram processados incorretamente pelo observatório. Depois que o debate sobre a fosfina em Vênus começou, os gerentes do ALMA perceberam o erro, extraíram os dados brutos, reprocessaram-nos e liberaram o lote retrabalhado em novembro. Pesquisadoras analisaram os dados reprocessados e concluíram que ainda estavam vendo fosfina,[6] embora em um nível muito mais baixo do que relataram no início.[7] No outro estudo, os cientistas calcularam como os gases se comportariam na atmosfera de Vênus e concluíram que o que a equipe original pensava ser fosfina é na verdade dióxido de enxofre (SO2), um gás comum em Vênus e não é um sinal de vida possível.[8][9]
Referências
- ↑ a b c d e Registo de Monophosphan na Base de Dados de Substâncias GESTIS do IFA, accessado em 12 de Novembro de 2007
- ↑ Phosphines, IUPAC Golden Book
- ↑ Agrotóxicos e Toxologia, Ministério da Saúde, Governo do Brasil
- ↑ «Molécula detectada em Vênus pode indicar vida microbiana extraterrestre». Folha de S.Paulo. 14 de setembro de 2020. Consultado em 18 de setembro de 2020
- ↑ Akins, Alex B.; Lincowski, Andrew P.; Meadows, Victoria S.; Steffes, Paul G. (27 de janeiro de 2021). «Complications in the ALMA Detection of Phosphine at Venus». The Astrophysical Journal (2): L27. ISSN 2041-8213. doi:10.3847/2041-8213/abd56a. Consultado em 27 de abril de 2021
- ↑ Witze, Alexandra (17 de novembro de 2020). «Prospects for life on Venus fade — but aren't dead yet». Nature (em inglês) (7835): 532–532. doi:10.1038/d41586-020-03258-5. Consultado em 27 de abril de 2021
- ↑ Greaves, Jane S.; Richards, Anita M. S.; Bains, William; Rimmer, Paul B.; Clements, David L.; Seager, Sara; Petkowski, Janusz J.; Sousa-Silva, Clara; Ranjan, Sukrit (10 de dezembro de 2020). «Re-analysis of Phosphine in Venus' Clouds». arXiv:2011.08176 [astro-ph]. Consultado em 27 de abril de 2021
- ↑ Lincowski, Andrew P.; Meadows, Victoria S.; Crisp, David; Akins, Alex B.; Schwieterman, Edward W.; Arney, Giada N.; Wong, Michael L.; Steffes, Paul G.; Parenteau, M. Niki (23 de fevereiro de 2021). «Claimed detection of PH$_3$ in the clouds of Venus is consistent with mesospheric SO$_2$». The Astrophysical Journal (2): L44. ISSN 2041-8213. doi:10.3847/2041-8213/abde47. Consultado em 27 de abril de 2021
- ↑ Witze, Alexandra (28 de janeiro de 2021). «Life on Venus claim faces strongest challenge yet». Nature (em inglês) (7844): 19–20. doi:10.1038/d41586-021-00249-y. Consultado em 27 de abril de 2021