A Doce Vida

filme italiano de 1960 dirigido por Federico Fellini
 Nota: Para a canção finlandesa, veja La dolce vita (canção).

La dolce vita (bra/prt: A Doce Vida)[2][3][4] (AFI/ˈla ˈdol.tʃe ˈviː.ta/) é um filme franco-italiano de 1960, de gênero drama dirigido pelo cineasta Federico Fellini, sendo normalmente citado como o marco da transição de seus estilos, do neorrealismo para o simbolismo, e um dos filmes mais importantes da década de 1960 e do século XX. Uma das características capitais da obra é a imagem em preto-e-branco, e as sequências noturnas realçando um laço com o cinema noir e com o expressionismo alemão, apresentando um cenário festivo, e em algumas vezes com altos contrastes de luz e sombra.[5]

A Doce Vida
La dolce vita
A Doce Vida
Cartaz promocional
 Itália/ França
1960 •  p&b •  174 min 
Género drama
Direção Federico Fellini
Produção Giuseppe Amato
Angelo Rizzoli
Roteiro Federico Fellini
Ennio Flaiano
Tullio Pinelli
Brunello Rondi
Pier Paolo Pasolini
Elenco Marcello Mastroianni
Anita Ekberg
Anouk Aimée
Música Nino Rota
Cinematografia Otello Martelli
Edição Leo Cattozzo
Companhia(s) produtora(s) Pathé Consortium Cinéma
Distribuição
Lançamento
  • 5 de fevereiro de 1960 (1960-02-05)
Idioma italiano
francês
inglês
alemão

É considerado uma das obras-primas de Federico Fellini, juntamente com e Amarcord. O filme é uma crítica aberta à sociedade romana do pós-guerra, retratando uma instituição decadente e hedonista, marcada pela superficialidade e incomunicabilidade, temas desenvolvidos ao longo do filme.[3]

Foi considerado um dos 1000 melhores filmes de todos os tempos pelo The New York Times.[6] em 2004 e o 19.º melhor filme de todos os tempos pelo site Melhores Filmes[7] O crítico de cinema norte-americano Roger Ebert considerou A Doce Vida um dos seus dez filmes favoritos e o melhor filme de Federico Fellini.[8]

No Brasil, a Versátil Home Vídeo iniciou a pré-venda da edição limitada e definitiva do filme em Blu-ray em 2021.[9]

Sinopse

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O filme passa-se em Roma e conta a história de Marcello Rubini, um jornalista especializado em histórias sensacionalistas sobre estrelas de cinema, visões religiosas e a aristocracia decadente, que passa a cobrir a visita da atriz hollywoodiana Sylvia Rank, por quem fica fascinado.

 
Famosa cena em que Marcello Mastroianni e Anita Ekberg se banham na Fontana di Trevi em reprodução.

Através dos olhos deste personagem, Fellini mostra uma Roma moderna, sofisticada, mas decadente, com os sinais da influência norte-americana. O repórter é um homem sem compromisso, que se relaciona com várias mulheres: a amante ciumenta, a mulher sofisticada em busca de aventura, e a atriz de Hollywood, com a qual passeia por Roma, culminando no ponto alto do filme, a famosa sequência da Fontana di Trevi.

Outra sequência famosa do filme é a da abertura, na qual o jornalista, num helicóptero que transporta uma estátua de Jesus até o Vaticano, encontra uma mulher tomando sol numa cobertura e pergunta pelo seu número de telefone. O barulho dos motores impede que ambos possam se entender. A temática da falta de comunicação se repete ao longo de todo o filme.

Dentre os momentos mais importantes do filme, está aquele na qual duas meninas atraem uma multidão, ao fingirem ver uma aparição da Virgem Maria nos subúrbios de Roma; e quando o personagem Steiner, um intelectual e colega de Marcello, que vive com a sua família numa aparente harmonia, comete o assassinato dos seus próprios filhos (um casal de crianças) e se suicida em seguida. Após a morte de Steiner, Marcello embarca numa vida de orgias e, numa destas ocasiões, pela manhã, caminha pela praia em busca de um monstro marítimo morto, o final simbólico do filme.

Elenco

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Recepção

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Crítica

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O site do agregador de críticas Rotten Tomatoes relata que de 65 resenhas, 95% foram positivas; o consenso afirma: "Um marco cinematográfico épico e de tirar o fôlego, La Dolce Vita permanece fascinante apesar de - ou talvez por causa de - seu extenso comprimento".[10] No Metacritic, o filme tem uma classificação de 95/100 com base em 13 críticos, indicando "aclamação universal".[11]

Censura

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Percebida pela Igreja Católica como uma paródia da segunda vinda de Jesus, a cena de abertura e o filme foram condenados pelo jornal do Vaticano L'Osservatore Romano em 1960. Sujeito a censura generalizada, o filme foi proibido na Espanha, até a morte de Franco em 1975.[12]

Principais prêmios e indicações

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Oscar 1962 (EUA)

BAFTA[desambiguação necessária] 1961 (Reino Unido)

  • Recebeu uma indicação na categoria de melhor filme.

Festival de Cannes 1960 (França)

Prêmio NYFCC 1961 (EUA)

  • Venceu na categoria de melhor filme em língua estrangeira.

Sindacato Nazionale Giornalisti Cinematografici Italiani 1961 (Itália)

  • Venceu nas categorias de melhor ator (Marcello Mastroianni), melhor história original e melhor cenografia.

Ver também

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Referências

  1. «A Doce Vida». Pandora Filmes. Consultado em 17 de março de 2021 
  2. «A Doce Vida». AdoroCinema. Brasil. Consultado em 27 de julho de 2021 
  3. a b Luiz Zanin Oricchio (20 de agosto de 2015). «De volta em cópia restaurada, 'A Doce Vida' mostra a imagem chocante da decadência» . Estadão. Consultado em 24 de agosto de 2015 
  4. «A Doce Vida». Cinecartaz. Portugal: Público. Consultado em 27 de julho de 2021 
  5. «E o Cinema Noir?». Aratu Online. Consultado em 24 de agosto de 2015. Arquivado do original em 4 de setembro de 2015 
  6. «The Best 1,000 Movies Ever Made». The New York Times. Consultado em 28 de novembro de 2012 
  7. «Lista do site Melhores Filmes». Melhores Filmes. Consultado em 28 de novembro de 2012 
  8. «"What's your favorite movie?"». Britrish Film Institute. Consultado em 28 de novembro de 2012. Arquivado do original em 5 de setembro de 2008 
  9. «Blu-ray: A Doce Vida - Edição Definitiva Limitada Com 1 Pôster, 5 Cards e 1 Livreto (1 Blu-ray + 2 DVDs)». Versátil Home Vídeo. Consultado em 26 de agosto de 2021 
  10. «La Dolce Vita». Rotten Tomatoes (em inglês). Consultado em 25 de agosto de 2021 
  11. «La Dolce Vita». Metacritic (em inglês). Consultado em 26 de agosto de 2021 
  12. «Italian cinema's sweet success». The Guardian (em inglês). Consultado em 26 de agosto de 2021 
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