Cinquenta anos perfeitos hoje sobre a segunda maior tragédia colectiva portuguesa : as inundações da área de Lisboa na noite de 25/11/1967. Só suplantada pelo terrível terramoto de 1/11/1755, que destruiu Lisboa e cuja origem o padre italiano Gabriel Malagrida atribuía a puro e simples castigo divino.
O ditador Salazar ocultou e abafou a verdadeira dimensão da catástrofe , só permitindo notícias muito censuradas e escamoteando os factos mais duros e pesados. Tanto que tudo parecia resumir-se a poucas pessoas afogadas e à morte dos cavalos do cavaleiro tauromáquico José Mestre Baptista.
O cinismo e a crueldade do regime ficaram ainda mais à vista quando as caridosas criaturas do Movimento Nacional Feminino foram entregar uma lata de sardinhas para uma família de seis ou sete pessoas e um senhorio se deslocou até ao lugar dum casinhoto já inexistente para cobrar a renda acompanhado pela autoridade.
O trabalho mais profundo e doloroso foi efectuado por jovens estudantes da Universidade , crescendo assim muito a consciencialização política que desembocou no libertador 25 de Abril de 1974.
Paz a todas as vítimas !