segunda-feira, fevereiro 29, 2016

POESIA - SOL DA ESTEVA




Aqui,
A porta de onde saí
Para a rua vazia de mim e de ti,
Aqui,...
Aonde o peito estala de Amor.
Aqui... 

Sei-te, nos fundos,
Pensando-me de longe...
Bem longe da porta da rua
Por onde saí.

Aqui me fico,
Dentro do teu peito,
À porta tua,
Na porta da rua.


SOL DA ESTEVA 
( 13/2/2016)

quarta-feira, fevereiro 24, 2016

CITAÇÃO - VALÉRY

" A guerra é um massacre entre pessoas que não se conhecem, para proveito de pessoas que se conhecem mas não se massacram."


PAUL VALÉRY 
(1871-1945)

quinta-feira, fevereiro 18, 2016

MARIA ELVIRA CARVALHO

Maria Elvira é um talento de escrita nato.

Conheci-a através de uma revista existente na década de setenta do século passado, para cuja secção de poesia enviávamos os nossos textos.

Sempre achei de alta qualidade tudo quanto a Maria Elvira escreve, tanto em poesia como em prosa.

Depois de anos de afastamento involuntário, reatámos através deste mundo imenso da blogosfera e, a partir daí, sigo atentamente o seu "Sexta-Feira".

E foi aí que o seu excelente conto "Rosa" viu a luz do dia e que através do empenho do  Professor Joaquim Duarte foi trabalhado na Universidade de Valência e se transformou no livro em cujo lançamento tive o prazer e a honra de participar.

Foi  um enorme orgulho integrar a Mesa juntamente com Luís Filipe Maçarico, cujo talento é  reconhecido.

Abraço forte para a autora e sucesso imenso para o livro.



Celebração de uma amizade de décadas .

Reencontro de pessoas que se estimam e apreciam.

Maria Elvira Carvalho  e Luís Filipe Maçarico,   artistas natos.
 Mesa da apresentação de "Rosa".

 Sessão de autógrafos.

terça-feira, fevereiro 16, 2016

POESIA - HÉLIA CORREIA

De que armas disporemos, se não destas
Que estão dentro do corpo: o pensamento,
A ideia de polis,resgatada
De um grande abuso, uma noção de casa
E de hospitalidade e de barulho
Atrás do qual vem o poema, atrás
Do qual virá a colecção dos feitos
E defeitos humanos, um início.




HÉLIA  CORREIA
(" A Terceira Miséria)

sábado, fevereiro 06, 2016

" DESPESAS DESNECESSÁRIAS "

Aumento  desnecessário da despesa no Orçamento de Estado português para 2016 é, para João Borges Assunção, a reposição de salários e de cortes nas pensões efectuada pelo actual Governo do Partido Socialista(PS) , com apoio parlamentar do Partido Comunista (PCP)e Bloco de Esquerda (BE).


A posição é revoltante e demonstra o total desprezo que a Direita tem pelas pessoas mais pobres , mais desfavorecidas e com maiores dificuldades. No entanto, tendo em consideração ser a criatura docente da Universidade Católica, não surpreende esta indiferença , pois tanto a nível político como religioso , a culpabilização e o sofrimento fazem parte integrante do seu pensamento.

Evidentemente que dadas estas características , o reformado de Boliqueime o escolheu para consultor como não poderia deixar de ser.

Escusado será dizer que o conceito de sofrimento enquanto factor salvífico  se aplica exclusivamente aos outros, especificamente aos mais desvalidos, e nunca a si mesmos nem aos seus amigos e "compagnons-de-route".

Salvem-se os Bancos, destrua-se tudo quanto é público, privatize-se até o ar, mas deixem as pessoas subsistir miseravelmente e , de preferência, com morte rápida - nem que seja através do vírus (também privado) zica.

 É muito triste verificar a maneira como a comunicação social - incluindo a pública RTP - (des)tratou as negociações entre Portugal e União Europeia (UE): o enviesamento das análises nem sequer tentou disfarçar o desejo do falhanço por parte de um Governo apostado em demonstrar que existe uma hipótese de alternativa à subserviência vergonhosa do anterior Governo dirigido por Passos Coelho e Paulo Portas.

Paulo Rangel, eurodeputado pelo PSD, fez um discurso inadmissível na UE. Nem seria necessário nem ninguém lho pedia, que apoiasse o OE, porém é sem dúvida imperdoável o ataque feroz que anti patrioticamente efectuou ao mesmo.

Esperemos que os factores externos não agravem a situação portuguesa e que PCP e BE entendam a imperiosa necessidade de levar a bom termo a actual solução governativa, sob pena da Esquerda ficar afastada do Poder durante largos e largos anos se o falhanço ocorrer por responsabilidade própria.

O futuro não é fácil, muito longe disso, e o caminho está totalmente armadilhado tanto em Portugal como na UE.

Só nos resta desejar , em nome do país,boa  sorte a António Costa e Mário Centeno. Além de coerência e firmeza nos propósitos.

quarta-feira, fevereiro 03, 2016

"ENTRE DOIS MARES" - CARMINE ABATE


Conheci Carmine Abate porque uma amiga me ofereceu "Entre Dois Mares" num dos meus aniversários, já que nunca ouvira falar neste premiado escritor italiano .

A estória é breve : Florian, o narrador, conta-a na primeira pessoa do singular em pouco mais do que cento e oitenta páginas. 

Não, não é ele o protagonista, mas sim Giorgio Bellusci, seu avô materno.

Giorgio é um homem com o objectivo claro e definitivo de reconstruir a Estalagem da Figueira, pertença da família  sob cujos tectos pernoitou o famoso escritor francês Alexandre Dumas.

Contra tudo, contra todos , seguirá até ao fim, passando  até a responsabilidade da total concretização do seu sonho para Florian.

Dito assim, parece algo banal, porém em Itália existe uma presença poderosa e sinistra , isto é, a Mafia.

E é no confronto entre Giorgio Bellusci e a Mafia , nessa luta titânica de um homem só contra uma organização que se impõe pelo medo , que pulsa o coração do enredo deste interessante romance, justamente distinguido com o Prémio Fenice-Europa.

Não me alongarei mais sobre o tema, mas deixo a sugestão de leitura. 

EXCERTOS : 

- "A multidão instalada em torno da fogueira olhou-o com  curiosidade.O recém-chegado era alto e um pouco encurvado, com os traços fisionómicos encobertos por um chapéu de Verão de abas largas, fronte ampla e barba grisalha longa e densa, até aos malares...Não o reconheci. Penso que ninguém o identificou imediatamente...Aquele homem que nem em pensamento conseguia tratar por avô cumprimentá-lo-ia em casa."

-  "O que Arcuri, Martina, as pessoas que nos procuravam, a avó e os familiares não imaginaram  era que Giorgio Bellusci, poucos dias depois da explosão, arregaçaria as mangas e voltaria ao trabalho...Não desistiu nem mesmo quando a empresa de construção de Roccalba se negou a reatar os trabalhos com desculpas banais."

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