"Se for eleito, irei para além das medidas da Troika."
"Só podemos sair desta crise, empobrecendo o país."
As duas frases são de Pedro Passos Coelho: a primeira em período eleitoral, a segunda já como Primeiro-Ministro do actual Governo PSD/CDS.
"Este Orçamento de Estado para 2013 é inegociável. Quem o recusar está a recusar o Memorando com a Troika. Não temos nenhuma margem de manobra."
Vítor Gaspar, ministro das Finanças
Para cumprir os desígnios governamentais e depois de Portugal ter cumprido rigorosamente - e até ultrapassado - todos os requisitos exigidos pela troika , eis como se encontra actualmente o país:
- Existem trezentas mil pessoas sem nenhum rendimento.
- Portugal é cada vez mais o país onde o fosso entre ricos e pobres é o maior da Unão Europeia.
- Em Quarteira , a escola recusa almoço a crianças , cuja famílias não pagaram a mensalidade alimentar(cerca de trinta euros) e obriga-as a estarem sentadas ao lado das colegas enquanto estas almoçam. Uma das funcionárias quis pagar o almoço de uma das crianças , mas não lhe foi permitido. Presumo que Nuno Crato promova Conceição Bernardes a sua Secretária de Estado.
- Existem milhares de pessoas desempregadas.
- O Governo e acólitos insultam a população portuguesa e manda-a emigrar.
- Todas as previsões de Vítor Gaspar falharam ,não sendo atingida nenhuma das metas propostas.
Com esta situação calamitosa e mesmo após o reconhecimento pelo FMI de erros no efeito da austeridade sobre a economia, eis o que Passos Coelho e Paulo Portas pretendem impor à população portuguesa:
- Redução do subsídio de morte para metade.
- Maior penalização fiscal e de cortes nas reformas do que nos activos.
- Redução em todos os subsídios: doença, desemprego.
- Corte de mil milhões de euros na Segurança Social.
- Corte de cento e sessenta milhões de euros em Educação.
- Despedimento de dez mil funcionários públicos, correspondendo a uma diminuição de 2%.
- Não renovação de 50% de contratos a prazo no Estado.
- Aumento de electricidade, gás e água.
- Privatizações a alta velocidade e ao desbarato.
- Alteração no IRS de oito para cinco escalões.
- Sobretaxa de 4% no IRS.
- Corte nas deduções com despesas de educação e saúde.
- Aumento do IMI.
- Aumento dos combustíveis.
- Reforma aos 65 anos na Função Pública.
-20% da população são os mais sobrecarregados com os impostos.
- 35% de aumento da carga fiscal.
E eu , que desde o início do ataque à União Europeia por essa sacrossanta entidade chamada Mercados, me sinto grega, pergunto:
- Afinal, para que serviu sermos o bom aluno, se não temos nenhuma margem de manobra?
- Porque razão continuamos a seguir uma política de austeridade que não deu nenhum resultado positivo e que o próprio FMI reconheceu prejudicial?
- Porque temos nós que respeitar a Comissão Europeia se Durão Barroso afirma com todo descaramento que só os Governos dos países são os responsáveis pela austeridade? E não nos foi dito que seria muito bom para Portugal ser um português o Presidente da Comissão Europeia?
- Porque motivo o Governo só cumpre a parte do Memorando que visa o Trabalho e não mexe a sério na parte que toca nas receitas excessivas, nas PPPS e afins?
Seria bem mais honesto - e até caridoso - se Pedro Passos Coelho , Paulo Portas e todo aquele bando de crápulas que os rodeiam ,nos encostassem contra uma parede em frente de um pelotão de fuzilamento.
Mas como estamos em regime de contenção de despesas, eu até sugiro aos nossos inteligentes e iluminados governantes e apêndices que nos atirem do alto de uma falésia sobre o mar.
Assim poupariam as balas!