Cavaco Silva vetou na primeira vez e aprovou ontem,com reservas, a Lei do Divórcio.
A sua atitude provocou um grande alarido de desaprovação na igreja católica e seus seguidores.
Francamente, não consigo entender o motivo.
Alguém obriga quem pratica o catolicismo a divorciar-se?! ... Que eu saiba, não!
Então, porque se abespinham?!
Abespinham-se porque o espírito inquisitorial ainda se mantém bem vivo na instituição, que - além de lutar pela conservação do seu poder temporal a qualquer preço - não tem capacidade de renovação e de entender a realidade dos dias de hoje.
Além disso, da nova legislação desaparece o conceito de "culpa", tão querido ao cristianismo inventado por Paulo e entusiasticamente cultivado através de séculos e séculos por Roma. Claro que a igreja católica não pode aceitar de ânimo leve nem esta perda incomensurável nem o consequente castigo dessa mesma culpa.
É lamentável,mas está no seu legítimo direito de percepcionar a vida e a sociedade da maneira que mais lhe convém .
O que me irrita profundamente é a sua pretensão de obrigar as pessoas a obedecerem às suas regras e a acatarem docilmente os seus dogmas.Como se os melhores exemplos de ética e moralidade viessem do Vaticano e extensões, e não vêm!! Bem antes pelo contrário...
Quem não se lembra do caso dos padres pedófilos?...
Quem se esqueceu das ligações bancárias com a Mafia?...
Quem acredita que João Paulo I morreu de morte natural?
Quem desconhece as crueldades e desmandos desde sempre praticados pelo Vaticano em nome de Deus?!
Quero deixar bem nítido o facto de não generalizar, pois há pessoas genuinamente honestas em todas as organizações.E , evidentemente, o catolicismo não é excepção.
Veremos o resultado da aplicação da lei, agora promulgada.
Penso que não gerará mais conflitos do que os ocasionados pela anterior.
Esperemos também que a magistratura se porte melhor do que se está a portar relativamente ao Código Penal, pois não creio ser impossível obrigar um cidadão em posse de um lote muito numeroso de armas diversas a ficar em prisão preventiva, como já aconteceu recentemente.