Termas de Constantino
Termas de Constantino | |
---|---|
Termas num desenho em 1575 | |
Planta, também do século XVI | |
Informações gerais | |
Tipo | Termas |
Construção | Antes de 315 |
Promotor | Constantino |
Geografia | |
País | Itália |
Cidade | Roma |
Localização | VI Região - Alta Semita |
Coordenadas | 41° 53′ 54″ N, 12° 29′ 14″ L |
Termas de Constantino |
Termas de Constantino (em latim: Thermae Constantinianae) eram termas construídas no monte Quirinal, em Roma, por Constantino, provavelmente antes de 315[1][2].
História
[editar | editar código-fonte]O último dos complexos termais de Roma, as Termas de Constantino foram construídas numa área irregular entre o Vico Longo, a Alta Semita, o Clivus Salutis e o Vicus Laci Fundani. Como o local era uma encosta, foi necessário demolir casas do século IV que existiam no local (sob as quais foram encontradas ruínas de casas dos séculos II e III) para permitir que o terreno fosse nivelado[3]. Por causa destas condições peculiares, estas termas tinham uma planta diferente das demais termas da cidade — não havia antessalas flanqueando o caldário, por exemplo, pois o terreno era muito estreito. O edifício estava orientado num eixo norte-sul para que ele fosse aquecido pelo calor do sol; as entradas principais estavam na fachada oeste, com um lance de escadas ligando o cume da colina ao Campo de Marte, e no meio da fachada norte.
Como a principal estrutura ocupava todo o espaço entre as ruas para o leste e oeste, havia uma área circunscrita ao longo da fachada limitada ao norte por uma linha curva, uma área que hoje é ocupada pelo Palazzo della Consulta. O frigidário parece também ter se alinhado no eixo norte-sul ao invés do eixo leste-oeste e, atrás dele estavam o tepidário e o caldário, ambos circulares.
A única referência a estas termas na literatura antiga está em Amiano Marcelino (xxvii.3.8). Elas também foram mencionadas no chamado "Intinerário Einsiedeln" (1.10; 3.6; 7.11).
Século V
[editar | editar código-fonte]A estrutura sofreu bastante com incêndios e terremotos em seu primeiro século de vida e foi restaurada em 443 pelo prefeito urbano de Roma Petrônio Perpena Magno Quadratino[4], quando possivelmente as estátuas colossais dos Dióscuros e cavalos, atualmente na Piazza del Quirinale, foram colocadas no local[5]. As termas provavelmente permaneceram em uso até a Guerra Gótica (535-554), quando todos os aquedutos de Roma foram cortados pelos ostrogodos.
Redescoberta
[editar | editar código-fonte]Uma parte significativa ainda estava de pé no começo do século XVI, suficiente para permitir que os arquitetos da época fizessem desenhos das ruínas e inferissem sua planta; estes são as fontes principais de informações sobre a estrutura[6]. As ruínas foram quase completamente destruídas entre 1605 e 1621 durante a construção do Palazzo Rospigliosi, mas alguns vestígios foram encontrados um século depois[7] e a partir de 1870[8]. Alguns destes podem ser visto atualmente no subterrâneo do Casino dell'Aurora.
Obras de arte
[editar | editar código-fonte]Muitas importantes obras de arte foram descobertas no local, entre elas as estátuas de bronze conhecida como "Boxeador do Quirinal" e a de um atleta, ambas atualmente no Museo Nazionale Romano (nas Termas de Diocleciano), duas estátuas de Constantino, uma delas no nártex de Arquibasílica de São João de Latrão e outra na balaustrada da Piazza del Campidoglio (Cordonata Capitolina), uma estátua de Constantino II, filho de Constantino, também na Piazza del Campidoglio e duas estátuas (o "Nilo" e o "Tibre") no fundo da fonte do Palazzo Senatorio[9].
Os afrescos que estavam no Palazzo Rospigliosi até 1929[10] e atualmente no Museo Nazionale são de um edifício mais antigo, possivelmente a Casa de Cláudio (Domus Claudiorum).
Galeria
[editar | editar código-fonte]-
Estátua de Constantino no nártex da Arquibasílica de São João de Latrão.
-
Estátua de Constantino na Cordonata Capitolina.
Referências
- ↑ Aurélio Vítor Caes. 40
- ↑ Not. Reg. VI
- ↑ Bullettino della Commissione Archeologica Comunale di Roma 1876, pp. 102‑106
- ↑ CIL VI, 1750
- ↑ Mitteilungen des Deutschen Archaologischen Instituts, Romische Abteilung, 1898, pp. 273‑274; 1900, pp. 309‑310
- ↑ Serlio, Architettura iii.92; Palladio, Le Terme, pl. XIV.; Dupérac, Vestigii, pl. 32; R. Lanciani, Storia degli Scavidi Roma (Rome, 1902-12), Vol. III, pp.196‑197; Ant. van den Wyngaerde, Bullettino della Commissione Archeologica Comunale di Roma 1895, pls. VI.-xiii.; H. Jordan, Topographie der Stadt Rom in Altertum (Berlin: 1906), Vol. I Part 3, p. 439 n 131
- ↑ Bullettino della Commissione Archeologica Comunale di Roma, 1895, p. 88; H. Jordan, Topographie der Stadt Rom, Vol. I, Part 3, p. 440, n133
- ↑ Notizie degli Scavi di Antichita comunicate alla R. Accademia dei Lincei 1876, 55, 99; 1877, 204, 267; 1878, 233, 340
- ↑ CIL VI, 1148, CIL VI, 1149, CIL VI, 1150; F. Matz and F. von Duhn, Antike Bildwerke in Rom (1881-1882), p. 1346; W. Helbig, Fuhrer durch die offentlichen Sammlungen Roms, Third edition 3 (revised by Amelung), Vol. I p. 411
- ↑ Matz-Duhn, p. 4110; Papers of the British School at Rome Vol. VII, pp. 40‑44; Mitteilungen des Deutschen Archaologischen Instituts, Romische Abteilung, 1911, p. 149
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- H. Jordan, Topographie der Stadt Rom, pp. 438‑441;
- Rheinisches Museum fur Philologie, Neue Folge, 1894, 389‑392;
- O. Gilbert, Geschichte und Topographie der Stadt Rom in Altertum (Leipzig 1883-1890), vol. III p. 300;
- Realencyclopädie der classischen Altertumswissenschaft, vol. IV, 962‑963;
- Reber, Die Ruinen Roms, 2nd ed. (Leipzig, 1879), pp. 496‑500;
- Memorie della Classe di Scienze Morali, Storiche e Philologiche della R. Accademia dei Lincei, series 5, 17 (1909), pp. 534, 535.
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- «Thermae Constantiniae» (em inglês). Platner's Topographical Dictionary of Ancient Rome