Romanceiro da Inconfidência
Romanceiro da Inconfidência | |
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Autor(es) | Cecília Meireles |
Idioma | Língua portuguesa |
País | Brasil |
Gênero | Coletânea de poemas |
Editora | Livros d Portugal |
Formato | 25 cm |
Lançamento | 1953 |
Páginas | 300 |
Romanceiro da Inconfidência é uma coletânea de poemas da escritora brasileira Cecília Meireles, publicada em 1953, que conta a História de Minas dos inícios da colonização no século XVII até a Inconfidência Mineira, revolta ocorrida em fins do século XVIII na então Capitania de Minas Gerais.
Em 85 "romances", mais quatro "cenários" e outros de prólogo e êxodo, Cecília evoca primeiro a escravidão dos africanos na região central do planalto em episódios da exploração do ouro e dos diamantes no século XVIII; logo o centro da coletânea é dedicado ao destino dos heróis da chamada "Inconfidência Mineira" – Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, Tomás Antônio Gonzaga, sua noiva e amada Marília de Dirceu bem como de outras figuras históricas implicadas no acontecimento, como D. Maria I a louca, na altura Rainha de Portugal.
Mais lírica do que narrativa, a obra assume o lado dos derrotados (transformados depois em heróis da Independência do Brasil) denunciando o sistema colonial que favorece a exploração dos desvalidos:
- A terra tão rica
- e – ó almas inertes! –
- o povo tão pobre...
- Ninguém que proteste! (...) (in: Do animoso Alferes, Romance XXVII)
- Estes branquinhos do Reino
- nos querem tomar a terra:
- porém, mais tarde ou mais cedo,
- os deitamos fora dela. (in: 'Do sapateiro Romance XLII)
A nova interpretação da história serve no entanto de ponto de partida para uma reflexão filosófica e metafísica sobre a condição humana. Surgindo Tiradentes como um avatar de Cristo e sofrendo o sacrifício do bode expiatório, ele se torna num redentor do Brasil, que abriria a nova era da liberdade. "Construindo com o Romanceiro da inconfidência um mosaico em que cristalizariam vibrações captadas na terceira margem da memória coletiva, Cecília consolidava uma teia de mitos suscetíveis de fortalecer o sentimento da identidade brasileira"[1].
Edições
[editar | editar código-fonte]A obra foi reeditada em 2005 pela Editora Nova Fronteira e, na apresentação dessa edição, a escritora Ana Maria Machado retoma a origem oral da poesia para justificar as rimas, paralelismos e refrãos da poesia, embora termine por lembrar que "em Romanceiro da Inconfidência há variedade de formas, métricas distintas, liberdade nas rimas e muita inventividade nos quase cem poemas".
O livro foi publicado em 2008 na Coleção Folha Grandes Escritores Brasileiros.
Ver também
[editar | editar código-fonte]Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- MEIRELES, Cecília (2005), Romanceiro da Inconfidência, Nova Fronteira.
- UTEZA, Francis (2006), «A tradição Hermética do Ocidente em Romanceiro da Inconfidência», Oriente e Ocidente na poesia de Cecília Meireles, Porto Alegre: Libretos, pp. 152-310.
Referências
[editar | editar código-fonte]- ↑ Uteza 2006, p. 294.