Neópolis
| |||
---|---|---|---|
Município do Brasil | |||
Símbolos | |||
| |||
Hino | |||
Gentílico | neopolitano | ||
Localização | |||
Localização de Neópolis em Sergipe | |||
Coordenadas | |||
País | Brasil | ||
Unidade federativa | Sergipe | ||
Municípios limítrofes | Propriá, Japoatã, Pacatuba, Ilha das Flores e Santana do São Francisco | ||
Distância até a capital | 121 km | ||
História | |||
Fundação | 18 de outubro de 1679 (345 anos) | ||
Administração | |||
Prefeito(a) | Celio Lemos Bezerra (PL, 2021–2024) | ||
Características geográficas | |||
Área total [1] | 259,334 km² | ||
População total (IBGE/2022[2]) | 16 426 hab. | ||
Densidade | 63,3 hab./km² | ||
Clima | tropical | ||
Altitude | 30 m | ||
Fuso horário | Hora de Brasília (UTC−3) | ||
CEP | 49980-000 | ||
Indicadores | |||
IDH (PNUD/2010[3]) | 0,589 — baixo | ||
PIB (IBGE/2008[4]) | R$ 120 003,791 mil | ||
PIB per capita (IBGE/2008[4]) | R$ 6 164,79 | ||
Sítio | http://www.neopolis.se.gov.br/ (Prefeitura) |
Neópolis é um município brasileiro do leste do estado de Sergipe.[5] Banhado pelas águas do Rio São Francisco, é conhecido popularmente como a "Capital Sergipana do Frevo" ou "Terra do Frevo", pelo tradicional carnaval de rua que preserva. Teve origem em uma freguesia surgida no final do século XVII, sendo elevada à categoria de Vila no século seguinte e finalmente em Cidade no século XX.
Etimologia
[editar | editar código-fonte]Neópolis é uma palavra formada pela junção de dois termos originários do grego néos (νέα) = novo e pólis (πόλις) = cidade que em tradução livre para a língua portuguesa significa Nova Cidade.
História
[editar | editar código-fonte]Localizada a margem direita do Rio Opará, o rio-mar dos nativos, foi habitada predominantemente por Tupinambás antes da chegada das expedições europeias. O território foi invadido por exploradores holandeses disfarçados de religiosos catequizadores a mando do governador da Nova Holanda príncipe João Maurício de Nassau no século XVII, travando conflitos com o povo tupinambá e iniciando o que anos mais tarde resultaria na escravização e consequentemente na dizimação desses nativos. A invasão holandesa na região do Rio São Francisco gerou históricos conflitos com a coroa portuguesa, o domínio do território onde hoje é Neópolis objetivava alicerçar a tomada da Vila do Penedo do São Francisco, localizada à outra margem do Rio e importante estrategicamente para a ampliação de poder do Brasil Holandês sobre os portugueses. Por volta de 1637 os holandeses invadem a Vila do Penedo onde instauram o Forte Maurício do Penedo, sendo expulsos os holandeses e o forte sendo destruído pelo exército português 8 anos depois.
Ainda no século XVII após uma série de batalhas e com pleno poder sobre a extensão da margem do Rio São Francisco os portugueses estabelecem por volta de 1678 a aldeia de Santo Antônio de Villa-Nova do Rio São Francisco em uma colina da margem direita do Rio São Francisco, a 8 léguas do mar e defronte a Vila do Penedo. Em 18 de outubro de 1679 com a fundação da paróquia de Santo Antônio deu notoriedade a aldeia que foi elevada oficialmente a categoria de freguesia naquela mesma data, nessa época seu território média 50 léguas de extensão, contadas da barra do Rio São Francisco à margem do Rio do Sal. Foi a única vila sergipana pertencente a donatário, no caso a Antônio de Brito Castro que recebeu a doação das terras pelo Rei Dom João IV sob o compromisso de construir casa de câmara, cadeia, pelourinho, e trinta casas para moradores com os quais formaria a freguesia povoada e estruturada, ficando esclarecido a Brito Castro sob a cláusula de devolução das terras a coroa portuguesa se não houvesse o cumprimento das obras em um prazo de 6 anos. Com o falecimento em 1683 de Antônio Brito Castro, seu filho Sebastião Brito Castro requereu sua nomeação e a posse das terras, em 1689 Sebastião informou haver satisfeito todas as exigências contratuais da coroa portuguesa, adiantando que a vila se encontrava com 200 moradores. Então foi feita vistoria pela ouvidoria de Sergipe que constatou que o donatário não cumpriu exatamente as disposições exigidas nas cláusulas de doação, vez que os prédios eram frágeis e cobertos de palha, não eram de alvenaria ou madeira e não resistiriam a ação do tempo. Tendo em vista a informação do ouvidor, o território da freguesia voltou ao patrimônio da coroa com a denominação de Vila Real do São Francisco.
Em 1733 o termo de Villa Nova foi desmembrado do Santo Amaro das Brotas e elevado oficialmente a categoria de Vila e com a nova denominação Vila Nova D`el Rei. Em meados de 1817 perde quatro quintos do seu território para a criação da freguesia de Santo Antônio do Urubu de Baixo (atualmente a cidade de Propriá) ficando seu termo com dez léguas de norte a sul. Em 6 de março de 1835, graças a Lei provincial recebe a categoria de comarca com o nome de Vila Nova do São Francisco, compreendendo o seu termo ao de Propriá e de Porto da Folha.
Aos 23 de novembro de 1910 a Lei estadual n° 583 elevou a Vila a categoria de cidade com a denominação de Villa Nova sendo seu primeiro prefeito Antônio Ataíde, esta data do 23 de novembro marca o reconhecimento do território como cidade e um certo empoderamento político, entretanto a emancipação política já havia ocorrido no século XIX. Somente em 30 de abril de 1940 com o decreto de Lei 272 da Interventoria Federal no Estado de Sergipe, é que a cidade recebe a designação atual, Neópolis, palavra que batiza por definitivo a cidade.
No dia 18 de outubro de 1979 Neópolis comemorou trezentos anos da Paróquia Santo Antônio e consequentemente do título de freguesia,tendo em vista a igualdade da data religiosa com a de formação da autonomia administrativa que séculos mais tarde resultou na cidade, as autoridades municipais decidiram por decreto de lei que a partir daquele ano a celebração do aniversário da cidade seria em um feriado municipal na data 18 de outubro. O feriado se tornou tradicional para os neopolitanos que se habituaram a celebrar o aniversário de Neópolis com festas que vão de cavalgada, quermesse e serestas a programações religiosas.
Geografia
[editar | editar código-fonte]Localiza-se a uma latitude 10º19'12" sul e a uma longitude 36º34'46" oeste, estando a uma altitude de 30 metros. Sua população estimada em 2004 era de 20 141 habitantes. A densidade demográfica é de 75,5 hab/km²
Possui uma área de 249,9 km².
O tipo de vegetação do município é o cerrado, porém a degradação ambiental é muito grande na região, pois atualmente, as manchas de cerrado estão sendo substituídas por plantações de cana-de-açúcar e pastagem.
No período de 1991 a 2000 o Índice de Desenvolvimento Urbano de Neópolis cresceu e passou de 0,547 em 1991 para 0,621 em 2000. A dimensão que mais contribuiu foi a educação com 45,1%. Em relação aos outros municípios do estado, Neópolis se encontra numa posição intermediária com a 35ª colocação, sendo que, 34 municípios estão em situação melhor e 40 município sergipanos estão em situação igual ou pior.
Demografia
[editar | editar código-fonte]População Histórica | ||
---|---|---|
Ano | Pop. | ±% |
1940 | 10 523 | — |
1950 | 12 705 | +20.7% |
1960 | 15 165 | +19.4% |
1970 | 16 311 | +7.6% |
1980 | 17 580 | +7.8% |
1991 | 21 411 | +21.8% |
2000 | 18 593 | −13.2% |
2010 | 18 506 | −0.5% |
2022 | 16 426 | −11.2% |
Censo demográfico brasileiro[6] |
Povoados
[editar | editar código-fonte]Nas tabelas a seguir estão os nomes das localidades que compõem ou compuzeram a zona rural do município de Neópolis. São denominações de origem popular.
Povoados na atualidade |
---|
Água Vermelha |
Alto da Roinha |
Alto de Santo Antônio |
Betume |
Brasília |
Cacimbas |
Fazendinha |
Flor do Brejo |
Mata das Varas |
Mundé da Onça |
Mussuípe |
Novo Horizonte |
Passagem |
Pelicão |
Pindoba |
Porteiras |
Sítio São José |
Sordeiro |
Tapera |
Tenórios |
Tiririca |
Povoados desmembrados | Ano do desmembramento | Observações |
---|---|---|
Santo Antônio do Urubu de Baixo | 1718 | Atual município de Propriá |
Espiga da gata | anos 1980 | movimento migratório e despovoamento |
Carrapicho | 1993 | Atual município de Santana do São Francisco |
Saúde | 1993 | Atual povoado de Santana do São Francisco |
Turismo
[editar | editar código-fonte]Carnaval de rua
[editar | editar código-fonte]Neópolis possui um dos mais tradicionais carnavais do Estado e do Nordeste. Considerado o 2º. melhor carnaval de rua com o ritmo frevo do mundo, ficando atrás somente do carnaval de Olinda em Pernambuco. É conhecida como a capital sergipana do frevo ou Terra do frevo pela influência da festa popular.
A festa começou pequena quando operários saiam das fabricas e iniciavam os festejos vestindo roupas velhas ou fantasias improvisadas e na brincadeira do mela-mela, onde se banhavam de talco perfumado ou alfazema, dançavam embalados por marchinhas de carnaval e a orquestra de frevo, o bloco chamado de "Zé Pereira" percorria as ruas e ladeiras da cidade e sempre acabava com um banho nas águas do "Velho Chico".
A comemoração foi crescendo entre os habitantes do próprio município e regiões vizinhas, como a cidade alagoana de Penedo e na atualidade a festa ganhou proporções bem maiores e agrega gente de vários Estados brasileiros, em sua maioria turistas de Alagoas e Bahia.
Alguns costumes mudaram, na brincadeira do mela-mela o talco perfumado deu lugar a farinha de trigo, suco em pó diluído e tinta preta com melaço de cana-de-açucar, as orquestras de frevo também tocam músicas do Olodum, mas a diversão continua a mesma e os foliões e as folionas aproveitam os cinco dias de carnaval no famoso bloco "Zé Pereira" com banho em carros-pipa que ficam posicionados durante o percurso do bloco.
A noite a festa continua na Praça de eventos Hildebrando Torres de Souza onde diversas atrações de variados ritmos musicais ocupam o palco para animar o público. Já passaram pela festa noturna do carnaval de Neópolis músicos de ritmos variados e renome nacional como Alceu Valença, Moraes Moreira, Orquestra Popular da Bomba do Hemetério, Edson Gomes, Ninha e Edcity.
Povoado Passagem
[editar | editar código-fonte]A Vila Operária da Passagem fica situada próxima a sede do município, a poucos 119km da capital Aracaju, às margens do rio São Francisco. Trata-se de um complexo residencial para os operários da fábrica de tecidos Peixoto Gonçalves & CIA LTDA, fundada em 1907, e que até hoje mantém tradições e regras próprias. Vale a pena fazer uma visita em busca dessas tradições, conversar com seus moradores e fotografar as casas pintadas tradicionalmente em branco e azul.
O povoado possui cinema, igreja, salão social, clube de festas, campo de futebol, creche, posto de saúde e outros serviços todos ofertados em prédios centenários que foram pensados para ser ali um povoamento com serviços próprios e independente, tudo fruto do empreendedorismo e visão de futuro dos empresários da família Peixoto.
Seus mais de 900 moradores residentes em casinhas enfileiras pitadas de branco e com detalhares em azul, que remontam às cores da fábrica, são funcionários, filhos, netos ou pais de operários da fábrica de tecidos Peixoto Gonçalves & CIA. Desde sua fundação em 1907 a fábrica está em funcionamento e até hoje a vila preserva as características originais e centenárias. A localidade não tem tradição nem infraestrutura a contento, turisticamente falando, mas as histórias e a arquitetura urbanística fazem com que a Vila Operária seja um forte apelo para visitá-la.
Prefeitos
[editar | editar código-fonte]N° | Prefeito (a) | Imagem | Início do mandato | Fim do mandato | Observações |
---|---|---|---|---|---|
1 | Antônio Ataíde | 1910 | 1911 | 1º Interventor da Cidade | |
2 | Antônio Vieira Bastos | 1911 | 1912 | ||
3 | João Tojal | 1912 | 1913 | ||
4 | Leôncio Guedes Barreto | 1913 | - | ||
5 | João Ferreira Cruz | 1916 | 1919 | ||
6 | Agesislau Baptista Martins Soares | 1919 | 1922 | ||
7 | Pe. Arthur Alfredo Passos | 1922 | 1925 | ||
8 | Miguel Monteiro Barbosa | 1925 | 1928 | ||
9 | Manoel Leite Serra | 1928 | 1930 | ||
10 | Manoel Eleutério de Santana | 1930 | 1935 | ||
11 | Mario Melins | 1935 | 1938 | ||
12 | Cleóbulo Calumby Barreto | 1938 | 1940 | ||
13 | Pe. Arthur Alfredo Passos | 1940 | 1941 | ||
14 | José Sales de Campos | 1941 | 1942 | ||
15 | Dr.Mário Gonçalves | 1942 | 1945 | ||
16 | Braulio de Aguiar Cardoso | 1945 | - | Mandato interino | |
17 | João da Silva Pequeno | 1945 | 1947 | ||
18 | Hebe Carvalho de Vasconcelos | 1947 | - | Primeira e até o momento a única mulher a assumir o cargo de prefeita no município | |
19 | Carity Feitosa | 1947 | 1951 | Eleito | |
20 | Hildebrando Torres de Souza | 1951 | 1955 | Eleito | |
21 | José Machado Barreto | 1955 | 1959 | Eleito | |
22 | José Barbosa de Lemos | 1959 | 1963 | Eleito | |
23 | Carlos Torres de Souza | 1963 | 1966 | Eleito | |
24 | Amintas Diniz de Aguiar Dantas | 1966 | 1966 | Mandato interino | |
25 | Sebastião Campos de Jesus Lima | 1967 | 1971 | Eleito | |
26 | Amintas Diniz Tojal Dantas | 1971 | 1973 | Eleito | |
27 | José Barbosa de Lemos | 1973 | 1976 | Eleito | |
28 | Carlos Torres de Souza | 1976 | 1982 | Eleito | |
29 | Sebastião Campos de Jesus Lima | 1983 | 1986 | Eleito | |
30 | Eronildes Gomes do Sacramento | 1986 | 1989 | Assumiu o comando da cidade após a morte de Sebastião Campos de Lima | |
31 | José Teixeira Alves Filho | 1º de Janeiro de 1989 | 1º de Janeiro de 1993 | Eleito em sufrágio universal. | |
32 | Luiz Melo de França | 1º de Janeiro de 1993 | 1º de Janeiro de 1997 | Eleito em sufrágio universal. | |
33 | Amintas Diniz Tojal Dantas | 1º de Janeiro de 1997 | 1º de Janeiro de 2001 | Eleito em sufrágio universal. | |
' ' | Amintas Diniz Tojal Dantas | 1º de Janeiro de 2001 | 1º de Janeiro de 2005 | Reeleito em sufrágio universal. | |
34 | José Teixeira Alves Filho | 1º de Janeiro de 2005 | 2008 | Eleito em sufrágio universal, renunciou ao cargo. | |
35 | Carlos Roberto Guedes de Souza | 2008 | 1º de Janeiro de 2009 | Vice-prefeito eleito, assumiu o cargo de prefeito após renúncia do titular. | |
' ' | Carlos Roberto Guedes de Souza | 1º de Janeiro de 2009 | 20 de maio de 2009 | Reeleito em sufrágio universal. Mandato cassado pelo TRE-SE. | |
36 | Felipe Feitosa Barreto (Interino) | 20 de maio de 2009 | 9 de novembro de 2009 | Presidente da câmara de vereadores no cargo de prefeito após afastamento do titular. | |
37 | Marcelo Guedes Souza | 9 de novembro de 2009 | 1º de Janeiro de 2013 | Eleito em sufrágio universal. Eleições diretas suplementares. | |
38 | Amintas Diniz Tojal Dantas | 1º de Janeiro de 2013 | 1º de Janeiro de 2017 | Eleito em sufrágio universal. | |
39 | Luiz Melo de França | 1º de Janeiro de 2017 | 5 de setembro de 2018 | Eleito em sufrágio universal. Mandato cassado pelo TRE-SE. | |
40 | Célio Lemos Bezerra (Interino) | 5 de setembro de 2018 | 1º de Janeiro de 2021 | Presidente da câmara de vereadores no cargo de prefeito após afastamento do titular. | |
' ' | Célio Lemos Bezerra | 1º de Janeiro de 2021 | atualidade | Eleito em sufrágio universal. | |
41 | Allysson Tojal Serra Dantas | Posse prevista para 1º de Janeiro de 2025 | Eleito em sufrágio universal. |
Referências
- ↑ IBGE (10 de outubro de 2002). «Área territorial oficial». Resolução da Presidência do IBGE de n° 5 (R.PR-5/02). Consultado em 5 de dezembro de 2010
- ↑ «Censo Populacional 2013». Censo Populacional 2013. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 29 de novembro de 2013. Consultado em 11 de dezembro de 2013 [ligação inativa]
- ↑ «Ranking decrescente do IDH-M dos municípios do Brasil». Atlas do Desenvolvimento Humano. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). 2010. Consultado em 26 de agosto de 2013
- ↑ a b «Produto Interno Bruto dos Municípios 2004-2008». Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Consultado em 11 de dezembro de 2010
- ↑ https://www.ibge.gov.br/cidades-e-estados/se/neopolis.html
- ↑ https://www.ibge.gov.br/ Em falta ou vazio
|título=
(ajuda)