Reino de Caracena
Caracena | ||||
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Mapa de Caracena | ||||
Continente | Ásia | |||
Capital | Cárax Espasinu | |||
Governo | Monarquia | |||
Xá | ||||
• 127-124 a.C. | Hispaosines | |||
• 210-222 d.C. | Abinergau III | |||
Período histórico | Idade Antiga | |||
• 130/27 a.C. | Fundação | |||
• 222 d.C. | Conquista sassânida | |||
Atualmente parte de |
Caracena (em grego: Χαρακηνή; romaniz.: Charakēnḗ; em latim: Characena) ou Mesena (em grego: Μεσσήνη; romaniz.: Mesenḗ; em latim: Mesena)[1][2] ou Mexã[3][4] foi um antigo reino asiático situado nas proximidades do rio Tigre, do Golfo Pérsico, do Império Parta e da região em que se estabeleceria o Império Sassânida.[5] Seu surgimento data de um período entre 130 e 127 a.C., na Idade Antiga.
Por muito tempo, serviu como porto comercial para o comércio entre a Mesopotâmia e a Índia. Muitas vezes, moedas e esculturas são mostradas como fonte de informação sobre esse reino, principalmente quando se trata dos reis dessa civilização.[6][7]
História
[editar | editar código-fonte]Origem
[editar | editar código-fonte]Caracena foi dada ao sátrapa Hispaosines pelo rei Antíoco VI. O rei queria que seu sátrapa reconstruísse a região, que havia sido atingida por uma enchente. Em 141 a.C., Hispaosines declarou a satrapia independente durante a invasão parta e foi recebido com o título de rei, reconhecido apenas em 127 a.C..[8] Depois disso, o rei conquistou parte da Pérsia e do Sul da Mesopotâmia, além da ilha de Barém (chamada na época de Tilos).[9] Durante toda a sua existência foi um estado semi-autônomo, mas submetido ao Império Parta.
Participação na Campanha de Trajano
[editar | editar código-fonte]Em 116 d.C., a Pártia foi invadida pelo Império Romano, liderado pelo imperador Trajano. As razões para tal invasão são desconhecidas, pois a maior parte dos relatos sobre ela estão fragmentados.[10] Pesquisadores analisam a possibilidade de os Romanos quererem acesso à Caracena, entreposto comercial com a Índia, assim poderiam ter contato com o Golfo Pérsico e facilidade em transportar mercadorias e obter metais que estavam se tornando escassos.[11][12] Relatos mostram que, numa visita a Cárax Espasinu, Trajano lamentou ter uma idade avançada e assim não ter chance de chegar à Índia, como fez Alexandre, o Grande. Roma teve acesso ao comércio com a Caracena e consequentemente teve contato com a Palmira.[13] Possivelmente também havia um interesse na ilha de Barém, onde residiam alguns comerciantes da Palmira, principalmente após a morte de Trajano.[14][15] Esses eventos ocorreram num momento próximo ao governo de Atambelo VII.[6]
Referências
- ↑ «Section 9 – The Kingdom of Tiaozhi 條支 (Characene and Susiana)». Consultado em 4 de novembro de 2016
- ↑ Morony, Michael G. (2005). Iraq After The Muslim Conquest. EUA: Gorgias Press LLC. p. 155. ISBN 9781593333157
- ↑ Falk, Avner (1996). A Psychoanalytic History of the Jews. [S.l.: s.n.] p. 330
- ↑ Cohen, Abraham (1980). Ancient Jewish Proverbs. [S.l.: s.n.]
- ↑ Farrokh, Kaveh (2007). Shadows in the Desert: Ancient Persia at War. [S.l.: s.n.] p. 124
- ↑ a b Schuol, Monika. Die Charakene. Ein mesopotamisches Königreich in hellenistisch-parthischer Zeit,. Estugarda: [s.n.] p. 220-221, 300-303
- ↑ Wiesehöfer, Josef (2005). Patmos Verlag. Düsseldorf: [s.n.]
- ↑ Pinches, T.G. (1890). Babylonian and Oriental Record vol. IV. [S.l.: s.n.] p. 131-135
- ↑ «King Hyspaosines and Queen Thalassia». Consultado em 4 de novembro de 2016
- ↑ Longden, R. P. (1931). "Notes on the Parthian Campaigns of Trajan". The Journal of Roman Studies, Vol. 21 (PDF). [S.l.: s.n.] p. 1-35
- ↑ Christol & Nony, Rome, p. 171
- ↑ Young, Gary K. (2001). Rome's Eastern Trade: International Commerce and Imperial Policy 31 BC – AD 305. Abingdon: Routledge. ISBN 0-203-47093-1
- ↑ Daniel T., Potts (1988). Araby the Blest: Studies in Arabian Archaeology. Copenhague: Museum Tusculanum Press. p. 142. ISBN 87-7289-051-7
- ↑ Veyne, Paul (2005). L'Empire Gréco-Romain. Paris: Seuil. ISBN 2-02-057798-4
- ↑ Fadlo Hourani, George (1995). Arab Seafaring in the Indian Ocean in Ancient and Early Medieval Times. [S.l.]: Princeton University Press. p. 15. ISBN 0-691-00170-7