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Guerra Civil da Guatemala

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Guerra Civil da Guatemala
Conflitos armados na América Central e Guerra Fria
Data 13 de novembro de 196029 de dezembro de 1996
(36 anos, 1 meses, 2 semanas e 2 dias)
Local Guatemala
Desfecho Tratado de paz
Beligerantes
URNG (1982–1996)
  • PGT (1960–1971)
  • MR-13 (1960–1971)
  • FAR (1960–1971)
  • EGP (1972-1996)
  • ORPA (1979-1996)


Apoiados por:
Cuba Cuba[1]
Nicarágua Nicarágua (1979-90)
Governo da Guatemala





Apoiados por:
Estados Unidos Estados Unidos[2]
Argentina Argentina (1976-83)[3]
Comandantes
Rolando Morán
Luis Turcios
Marco Yon
Luis Trejo Esquivel
Alejandro de León
Humberto Alvarado
Bernardo Alvarado
José Alberto Cardoza
Rodrigo Asturias
Miguel Ydígoras
Enrique Peralta
Julio Méndez
Carlos Arana
Kjell Laugerud
Fernando Lucas
Efraín Ríos Montt
Óscar Mejía
Vinicio Cerezo
Jorge Serrano
Gustavo Espina
Ramiro de León
Álvaro Arzú
Forças
URNG:
6 000 (1982)[4]
2 000-2 500 (1986-1987)[5]
1 000-2 000 (1988)[5]
1 500-2 000 (1989)[5]
1 000 (1992)[5]
1 500-3 000 (1994)[6]
800-1 100 (1996)[5]
Guatemala FAG:
51 600 (1985)[7]
32 000 (1986)[8]
45 000 (1994)[6]

Guatemala PDC:
300 000 (1982)[4]
500 000 (1985)[7]
Cerca de 200 000 mortos no total; entre 1994 e 1996 se desmobilizam cerca de 200 000 paramilitares e 3 000 guerrilheiros; as FAG se reduzem a 28 000 membros.[9]

A Guerra Civil Guatemalteca foi um conflito armado que decorreu na Guatemala entre 1960 e 1996, entre o governo guatemalteco e vários grupos de guerrilha, majoritariamente de esquerda, que lhe opunham.

Estima-se que tenham perdido a vida neste conflito entre 140 000 e 200 000 pessoas; outras 50 000 foram consideradas desaparecidas.[10] De acordo com a Comissão de Esclarecimento Histórico, as forças governamentais são responsáveis por 93% da violência do conflito e os grupos guerrilheiros por 3% (4% não são identificados).[11]

Considera-se que a origem da guerra civil na Guatemala remonta a 1954, quando o presidente eleito Jacobo Arbenz foi derrubado por meio de um golpe de estado promovido pela CIA, segundo seu programa de desestabilização da Guatemala.[12] Arbenz tentara realizar uma reforma agrária, entrando em choque com o monopólio exercido pelas empresas norte-americanas - em especial, a United Fruit Company - sobre as terras agrícolas da Guatemala.[13] O presidente deposto foi substituído pelo coronel Carlos Castillo Armas, ligado a grupos anticomunistas e a esquadrões da morte. Castillo foi assassinado em 1957, sendo substituído pelo general Miguel Ydígoras Fuentes, que assumiu o poder em 1958.

Em 1960, um grupo de jovens oficiais militares armou uma revolta, que no entanto fracassou. Na sequência, vários deles passaram à clandestinidade e estabeleceram estreitos laços com o governo de Cuba. Este grupo se converteu no núcleo das forças que organizaram a insurreição armada, contra o governo, que deverá perdurar pelos 36 anos seguintes.

Nesse período, morreram cerca de 140 mil pessoas, em choques envolvendo a guerrilha, forças do governo e população civil. Além dos mortos, houve 44 mil desaparecidos, e um grande número de deslocados internos, já que 50 mil camponeses foram obrigados a deixar suas terras. 1/3 da população passava fome, ingerindo menos de 1 000 calorias diárias.

Havia quatro principais grupos guerrilheiros de esquerda, que se opunham ao governo: o Exército Guerrilheiro dos Pobres, a Organização Revolucionária do Povo em Armas, as Forças Armadas Rebeldes e o Partido Guatemalteco do Trabalho. Esses grupos levavam a cabo ações de sabotagem e ataques a instalações das forças de segurança governamentais. Em 1982, os quatro grupos uniram-se para formar a Unidade Revolucionária Nacional Guatemalteca.

Fim da guerra civil

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Apenas em 1990 iniciou-se um processo de negociação entre o governo e a guerrilha. Afinal, em dezembro de 1996, um acordo de cessar-fogo permanente foi assinado.[14] Um dos principais pontos do acordo foi a instituição de uma anistia geral para os guerrilheiros e para os militares, que haviam cometido abusos no combate aos rebeldes.

O governo guatemalteco comprometeu-se a realizar reformas estruturais, em troca da paz, e a guerrilha, comprometeu-se a abandonar a luta armada.

Referências

  1. http://www.gwu.edu/~nsarchiv/NSAEBB/NSAEBB100/Doc9.pdf
  2. [1]
  3. Gilbert Michael Joseph, Daniela Spenser - 2008, pg 151
  4. a b Political terrorism: a new guide to actors, authors, concepts, data bases, theories, & literature, Alex Peter Schmid & A. J. Jongman, pp. 564, Transaction Publishers, 2005. El URNG fue resultado de la fusión de los grupos armados izquierdistas EGP, ORPA, FAR y PGT, apoyados por el FDR de El Salvador y el NDF del Nicaragua. Las PDC fueron milicias locales creadas por el gobierno guatemalteco.
  5. a b c d e Uppsala conflict data expansion. Non-state actor information. Codebook pp. 51-56.
  6. a b Stedman, 2002: 165
  7. a b María Eugenia Gallardo & José Roberto López (1986). Centroamérica. San José: IICA-FLACSO, pp. 249. ISBN 978-9-29039-110-4.
  8. Moshe Y. Sachs (1988). Worldmark Encyclopedia of the Nations: Americas. Nueva York: Worldmark Press, pp. 156. ISBN 978-0-47162-406-6.
  9. Global security - Guatemala Civil War 1960-1996
  10. National Security Archive Electronic Briefing Book N°. 170 The Guatemalan Police Archives, por Kate Doyle.
  11. «Truth Commission: Guatemala». United States Institute of Peace (em inglês). Consultado em 16 de maio de 2021 
  12. National Security Archive Electronic Briefing Book N°. 4 CIA and Assassinations: The Guatemala 1954 Documents, por Kate Doyle e Peter Kornbluh (em inglês).
  13. (em português) PUCSP Arquivado em 14 de maio de 2011, no Wayback Machine. - O primeiro grande êxito da C.I.A. na América Latina. Acesso em 3 de dezembro de 2010.
  14. Guatemala's future. 30 de dezembro de 1996.
  • Schmid, Alex, & Jongman, Albert (2005) [1988]. Political Terrorism: A new guide to actors, authors, concepts, data bases, theories and literature. Amsterdam; New York: North-Holland; New Brunswick: Transaction Books. ISBN 978-1-41280-469-1.
  • Stedman, Stephen John; Donald S. Rothchild & Elizabeth M. Cousens (2002). Ending civil wars: the implementation of peace agreements. Boulder: Lynne Rienner Publishers. ISBN 978-1-58826-083-3.
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