Guerra Civil da Guatemala
Guerra Civil da Guatemala | |||
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Conflitos armados na América Central e Guerra Fria | |||
Data | 13 de novembro de 1960 – 29 de dezembro de 1996 (36 anos, 1 meses, 2 semanas e 2 dias) | ||
Local | Guatemala | ||
Desfecho | Tratado de paz | ||
Beligerantes | |||
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Comandantes | |||
Forças | |||
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Cerca de 200 000 mortos no total; entre 1994 e 1996 se desmobilizam cerca de 200 000 paramilitares e 3 000 guerrilheiros; as FAG se reduzem a 28 000 membros.[9] |
A Guerra Civil Guatemalteca foi um conflito armado que decorreu na Guatemala entre 1960 e 1996, entre o governo guatemalteco e vários grupos de guerrilha, majoritariamente de esquerda, que lhe opunham.
Estima-se que tenham perdido a vida neste conflito entre 140 000 e 200 000 pessoas; outras 50 000 foram consideradas desaparecidas.[10] De acordo com a Comissão de Esclarecimento Histórico, as forças governamentais são responsáveis por 93% da violência do conflito e os grupos guerrilheiros por 3% (4% não são identificados).[11]
Antecedentes
[editar | editar código-fonte]Considera-se que a origem da guerra civil na Guatemala remonta a 1954, quando o presidente eleito Jacobo Arbenz foi derrubado por meio de um golpe de estado promovido pela CIA, segundo seu programa de desestabilização da Guatemala.[12] Arbenz tentara realizar uma reforma agrária, entrando em choque com o monopólio exercido pelas empresas norte-americanas - em especial, a United Fruit Company - sobre as terras agrícolas da Guatemala.[13] O presidente deposto foi substituído pelo coronel Carlos Castillo Armas, ligado a grupos anticomunistas e a esquadrões da morte. Castillo foi assassinado em 1957, sendo substituído pelo general Miguel Ydígoras Fuentes, que assumiu o poder em 1958.
Em 1960, um grupo de jovens oficiais militares armou uma revolta, que no entanto fracassou. Na sequência, vários deles passaram à clandestinidade e estabeleceram estreitos laços com o governo de Cuba. Este grupo se converteu no núcleo das forças que organizaram a insurreição armada, contra o governo, que deverá perdurar pelos 36 anos seguintes.
Nesse período, morreram cerca de 140 mil pessoas, em choques envolvendo a guerrilha, forças do governo e população civil. Além dos mortos, houve 44 mil desaparecidos, e um grande número de deslocados internos, já que 50 mil camponeses foram obrigados a deixar suas terras. 1/3 da população passava fome, ingerindo menos de 1 000 calorias diárias.
Havia quatro principais grupos guerrilheiros de esquerda, que se opunham ao governo: o Exército Guerrilheiro dos Pobres, a Organização Revolucionária do Povo em Armas, as Forças Armadas Rebeldes e o Partido Guatemalteco do Trabalho. Esses grupos levavam a cabo ações de sabotagem e ataques a instalações das forças de segurança governamentais. Em 1982, os quatro grupos uniram-se para formar a Unidade Revolucionária Nacional Guatemalteca.
Fim da guerra civil
[editar | editar código-fonte]Apenas em 1990 iniciou-se um processo de negociação entre o governo e a guerrilha. Afinal, em dezembro de 1996, um acordo de cessar-fogo permanente foi assinado.[14] Um dos principais pontos do acordo foi a instituição de uma anistia geral para os guerrilheiros e para os militares, que haviam cometido abusos no combate aos rebeldes.
O governo guatemalteco comprometeu-se a realizar reformas estruturais, em troca da paz, e a guerrilha, comprometeu-se a abandonar a luta armada.
Ver também
[editar | editar código-fonte]- Revolução Guatemalteca
- Genocídio na Guatemala
- Golpe de Estado na Guatemala em 1954
- Guerra Civil de El Salvador
- Guerra Fria
Referências
- ↑ http://www.gwu.edu/~nsarchiv/NSAEBB/NSAEBB100/Doc9.pdf
- ↑ [1]
- ↑ Gilbert Michael Joseph, Daniela Spenser - 2008, pg 151
- ↑ a b Political terrorism: a new guide to actors, authors, concepts, data bases, theories, & literature, Alex Peter Schmid & A. J. Jongman, pp. 564, Transaction Publishers, 2005. El URNG fue resultado de la fusión de los grupos armados izquierdistas EGP, ORPA, FAR y PGT, apoyados por el FDR de El Salvador y el NDF del Nicaragua. Las PDC fueron milicias locales creadas por el gobierno guatemalteco.
- ↑ a b c d e Uppsala conflict data expansion. Non-state actor information. Codebook pp. 51-56.
- ↑ a b Stedman, 2002: 165
- ↑ a b María Eugenia Gallardo & José Roberto López (1986). Centroamérica. San José: IICA-FLACSO, pp. 249. ISBN 978-9-29039-110-4.
- ↑ Moshe Y. Sachs (1988). Worldmark Encyclopedia of the Nations: Americas. Nueva York: Worldmark Press, pp. 156. ISBN 978-0-47162-406-6.
- ↑ Global security - Guatemala Civil War 1960-1996
- ↑ National Security Archive Electronic Briefing Book N°. 170 The Guatemalan Police Archives, por Kate Doyle.
- ↑ «Truth Commission: Guatemala». United States Institute of Peace (em inglês). Consultado em 16 de maio de 2021
- ↑ National Security Archive Electronic Briefing Book N°. 4 CIA and Assassinations: The Guatemala 1954 Documents, por Kate Doyle e Peter Kornbluh (em inglês).
- ↑ (em português) PUCSP Arquivado em 14 de maio de 2011, no Wayback Machine. - O primeiro grande êxito da C.I.A. na América Latina. Acesso em 3 de dezembro de 2010.
- ↑ Guatemala's future. 30 de dezembro de 1996.
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Schmid, Alex, & Jongman, Albert (2005) [1988]. Political Terrorism: A new guide to actors, authors, concepts, data bases, theories and literature. Amsterdam; New York: North-Holland; New Brunswick: Transaction Books. ISBN 978-1-41280-469-1.
- Stedman, Stephen John; Donald S. Rothchild & Elizabeth M. Cousens (2002). Ending civil wars: the implementation of peace agreements. Boulder: Lynne Rienner Publishers. ISBN 978-1-58826-083-3.