Complexo industrial-prisional
Complexo industrial-prisional refere-se às relações econômicas e políticas entre legisladores, governos e monopólios[1] que exploram o negócio das prisões privadas atuando como fornecedores de bens e serviços aos órgãos governamentais responsáveis pelo sistema prisional.
A expressão surge no contexto da crítica ao crescimento exponencial da população carcerária nos Estados Unidos nos últimos anos, atribuído à influência política das empresas do ramo de prisões privadas [2][3] e deriva do conceito de "complexo industrial-militar", surgido nos anos 1950. O complexo industrial-prisional inclui também as empresas que contratam o trabalho de prisioneiros, empresas de construção, de tecnologia de vigilância, fornecedores de serviços de alimentação, de serviços e instalações médicas,[4] controle de presos em liberdade condicional,[4]advogados e grupos de advocacy que os representam. Grupos ativistas dos Estados Unidos, como a National Organization for the Reform of Marijuana Laws (NORML), argumentam que o complexo industrial-prisional está perpetuando a crença errônea de que a prisão é uma solução eficaz para problemas sociais, tais como a falta de moradia, desemprego, drogadição, doença mental e analfabetismo.
O fomento à construção de prisões como forma de criação de empregos e o uso do trabalho de presos também são citados como elementos do complexo industrial-prisional. Frequentemente o complexo envolve uma rede de atores que, segundo organizações de direitos civisestão interessados no lucro - não na punição e reabilitação de criminososou reabilitação ou na redução da taxa de criminalidade. O Rutherford Institute [5] e a American Civil Liberties Union (ACLU), por exemplo,[6] acreditam que o desejo de obter ganhos monetários é que levou ao crescimento da indústria da prisão e ao crescimento explosivo da população carcerária nos Estados Unidos. Alguns acadêmicos que fazem a correlação entre a redução da maioridade penal e a privatização dos presídios.[7] O Canadá tem praticado esta profilaxia social.[8][9][10]
Referências
- ↑ Vicky Pelaez, “The prison industry in the United States: big business or a new form of slavery?” Global Research, 3/10/08 (El Diario-La Prensa, New York)
- ↑ The Prison Industry in the United States: Big Business or a New Form of Slavery? Por Vicky Pelaez. Global Research, 31 de março de 2014. El Diario-La Prensa, New York, e Global Research
- ↑ Harcourt, Bernard (2012). The Illusion of Free Markets: Punishment and the Myth of Natural Order. Harvard University Press, p. 236. ISBN 0674066162
- ↑ a b Alex Friedmann . The Societal Impact of the Prison Industrial Complex, or Incarceration for Fun and Profit—Mostly Profit. Prison Legal News, 15 de janeiro de 2012.
- ↑ Whitehead, John (10 de abril de 2012). «Jailing Americans for Profit: The Rise of the Prison Industrial Complex». Rutherford Institute
- ↑ Shapiro, David. «Banking on Bondage: Private Prisons and Mass Incarceration» (PDF). American Civil Liberties Union
- ↑ Private Prison Empire Rises Despite Startling Record Of Juvenile Abuse
- ↑ [https://www.macleans.ca/news/canada/canadas-prisons-are-the-new-residential-schools/ CANADA Canada’s prisons are the ‘new residential schools’]
- ↑ Carceral Capitalism
- ↑ The quiet quadrupling of Canada’s private security sector
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- Wacquant, Loïc. "O lugar da prisão na nova administração da pobreza". Novos Estudos CEBRAP n° 80. São Paulo, março de 2008 ISSN 0101-3300
- Sudbury, Julia. «Celling Black Bodies: Black Women in the Global Prison Industrial Complex» (PDF). Feminist Review
- Davis, Angela. "Masked Racism: Reflections on the Prison Industrial Complex". History Is A Weapon.