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Castelo de Sortelha

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Castelo de Sortelha
Castelo de Sortelha
Castelo de Sortelha e paisagem da Serra da Estrela, Portugal
Informações gerais
Estilo dominante Castelo roqueiro
Construção 1228
Promotor D. Sancho II
Aberto ao público Sim
Estado de conservação Bom
Património de Portugal
Classificação  Monumento Nacional
DGPC 70735
SIPA 1593
Geografia
País Portugal
Localização Sortelha
Coordenadas 40° 19′ 45″ N, 7° 13′ 01″ O
Mapa
Localização em mapa dinâmico
Castelo de Sortelha, Portugal: praça da vila.
Castelo de Sortelha.
Castelo de Sortelha: vista geral.

O Castelo de Sortelha localiza-se na vila do mesmo nome, município do Sabugal, distrito da Guarda, em Portugal.[1]

Erguido sobre um maciço granítico em posição dominante sobre o vale de Riba-Côa, área de passagem entre a Meseta Ibérica e a depressão da Cova da Beira, integra o conjunto da que é considerada uma das mais bem conservadas Aldeias Históricas da Beira Interior.

O Castelo de Sortelha está classificado como Monumento Nacional desde 1910.[2]

A primitiva ocupação humana do local remonta à pré-história, possívelmente a um castro Neolítico. Atraídos pela riqueza mineral da região e pela posição estratégica do local, este teria sido sucessivamente ocupado por Romanos, Visigodos e Muçulmanos.

O castelo medieval

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À época da Reconquista cristã da Península Ibérica, Pena Sortelha, como então era chamada, constituiu-se em defesa da região fronteiriça, disputada entre Portugal e Castela. A partir de 1187, D. Sancho I (1185-1211) tomou medidas para repovoar o lugar, e foi o seu neto homónimo, D. Sancho II que concedeu foral à vila (1228), época provável da edificação do castelo. A cerca da vila seria beneficiada por D. Dinis no século XIII que, a partir da assinatura do Tratado de Alcanises (1297), fixou as fronteiras para além das terras de Riba-Côa. No século seguinte, foi erguida uma nova cerca por iniciativa de D. Fernando.

No século XV sabe-se que o alcaide do castelo era Manuel Sardinha, sucedendo-lhe Pêro Zuzarte.

Em 1510, D. Manuel I (1495-1521) renovou o foral da Vila, mencionando que os seus habitantes não estavam obrigados a dar hospedaria aos grandes e pequenos do reino, se essa fosse a vontade do povo de Sortelha. Esse soberano também iniciou uma campanha de obras no castelo, dentre as quais subsiste a emblemática manuelina sobre a porta. Em 1522 Garcia Zuzarte tornou-se alcaide-mor. Nesse século ainda, o nobre D. Luís da Silveira, guarda-mor de D. Manuel I e de D. João III (1521-1557), adquiriu o castelo, tornando-se seu alcaide, conferindo-lhe D. João III o título de Conde de Sortelha.

Da Guerra da Restauração aos nossos dias

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Com a Restauração da independência, após 1640, foi iniciada a adaptação da estrutura defensiva às novas técnicas militares, adaptando-a ao fogo da artilharia. Nesta fase, o Castelo esteve envolvido em diversas operações militares contra forças de Castela em acção na fronteira, o mesmo se repetindo no século XVIII contra o mesmo inimigo e, posteriormente, no início do século XIX, no contexto da Guerra Peninsular, contra as forças francesas de Napoleão.

Desguarnecido posteriormente, quando a sede do Conselho foi extinta em 1855 tanto a vila quanto o seu castelo entraram em processo de decadência.

Encontra-se classificado como Monumento Nacional por Decreto publicado em 23 de Junho de 1910. Posteriormente sofreu intervenções de conservação e restauro a cargo da Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais (DGEMN).

Características

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O Castelo (ou cidadela), no estilo românico e gótico, com intervenções manuelinas, encontra-se na cota de 760 metros acima do nível do mar, interrompendo a cerca da vila a Sudeste e desenvolvendo-se para o seu exterior. Acedido por uma escadaria, os seus muros apresentam traçado ovalado irregular percorridos no topo por adarve com remate biselado e seteiras cruciformes. São rasgados por duas portas:

  • a Porta do Castelo, a Nordeste, em arco pleno, com ombreiras parcialmente entalhadas no afloramento rochoso, é encimada por balcão misulado com mata-cães (conhecido como “Varanda de Pilatos”) ao lado do qual se inscrevem as armas de D. Manuel I;
  • a Porta Falsa do Castelo, a Sul, com lintel reto e umbrais oblíquos.

No interior da praça de armas localiza-se a cisterna de planta quadrangular e, na parte mais elevada, ao centro, a Torre de Menagem, também de planta quadrada, com um só pavimento. Esta apresenta embasamento escalonado, com uma porta rasgada a Sul, de lintel reto com umbrais oblíquos encimada por arco de descarga de volta perfeita, assim como três seteiras nos demais alçados. É encimada por merlões retangulares com coroamento piramidal.

A cerca da vila apresenta um traçado ovalado irregular, engastada em afloramentos rochosos de granito (inacessível pela vertente Sul), desprovida de merlões. Esta cerca é rasgada por quatro portas:

  • a Porta da Vila ou Porta do Concelho, a este, em arco quebrado e coberta com abóbada concordante, acedendo o chamado largo do Curro, um terreiro em torno do qual se dispõe a malha urbana da vila medieval, acompanhando as curvas de nível do perfil topográfico da escarpa;
  • a Porta Nova ou Porta Nova da Vila, a oeste, em arco pleno com abóbada de berço, exibindo ainda as medidas padrão da vara e do côvado;
  • a Porta Falsa, a nordeste, em arco quebrado, entaipada na reforma seiscentista; e
  • outra Porta Falsa, a sudeste, junto ao castelo, destacando-se pela presença do arco ultrapassado no lado exterior e arco pleno no lado interior.

O perímetro defensivo urbano integra a chamada Torre do Facho, localizada a Nordeste, muito perto da Porta Falsa. Esta apresenta planta quadrada, com embasamento escalonado e desprovida de vãos. No cunhal Sudeste, junto à Porta da Vila, eleva-se sobre o adarve um pequeno torreão ou vigia, de planta circular e coroamento cônico. Nesta torre foi erguido um marco geodésico, assinalando o ponto mais elevado da região, com a cota de 773 metros acima do nível do mar.

Referências

Ligações externas

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