Caio Fânio Estrabão (cônsul em 122 a.C.)
Caio Fânio Estrabão | |
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Cônsul da República Romana | |
Consulado | 122 a.C. |
Caio Fânio Estrabão (em latim: Caius Fannius Strabo) foi um político da gente Fânia da República Romana eleito cônsul em 122 a.C. com Cneu Domício Enobarbo. Era um dos membros do Círculo dos Cipiões.
Família
[editar | editar código-fonte]Caio Fânio era filho de Marco Fânio, provavelmente irmão de Caio Fânio Estrabão, o cônsul em 161 a.C..[a] Ele se casou com Lélia, filha de Caio Lélio Sapiente e, aconselhado por seu sogro, assistiu aos discursos do filósofo estoico Panécio, em Rodes.[2]
Carreira
[editar | editar código-fonte]Assumindo que este Caio Fânio não seria o mesmo que lutou na Terceira Guerra Púnica, ele estava, em 146 a.C., na corte de Quinto Cecílio Metelo Macedônico na Macedônia. Ele foi enviado, como embaixador, à Liga Acaia com a missão de convencê-los a não iniciarem uma nova guerra contra Roma.[3] Depois que sua embaixada foi insultada e seus alertas, ignorados, Fânio partiu para Atenas.[4]
Ele reaparece em 141 a.C. servindo com distinção como tribuno militar na Hispânia Ulterior sob Quinto Fábio Máximo Serviliano em sua guerra contra Viriato (Guerra Lusitana).[5] Assume-se que, em algum momento depois de 139 a.C. (possivelmente 137 a.C.), Fânio foi eleito tribuno da plebe.[6] Então, provavelmente, por volta de 127-126 a.C., foi eleito pretor e foi mencionado num decreto respondendo a um pedido de ajuda aos romanos feito por João Hircano, do Reino Hasmoneu.[7]
Foi eleito cônsul em 122 a.C. com Cneu Domício Enobarbo[8] e ele contou com o forte apoio de Caio Semprônio Graco e seus aliados (populares), que não queria que Lúcio Opímio, seu inimigo político, ascendesse ao consulado. Porém, assim que foi eleito, Estrabão passou a apoiar aristocracia (os optimates) e a se opor abertamente às medidas propostas por Graco.[9] Obedecendo uma ordem do Senado Romano, mandou publicar uma proclamação na qual ordenava que todos os aliados romanos que deixassem Roma[10] e discursou publicamente contra a proposta de Graco de conceder a cidadania romana aos latinos. O seu discurso foi preservado até o tempo de Cícero e era considerado uma obra-prima da retórica. Muito se discutia sobre a possibilidade de que este discurso não fosse seu, pois Estrabão era considerado um orador medíocre, mas Cícero o atribuiu a ele sem reservas.[11][12]
Ver também
[editar | editar código-fonte]Cônsul da República Romana | ||
Precedido por: Tito Quíncio Flaminino |
Cneu Domício Enobarbo 122 a.C. |
Sucedido por: Quinto Fábio Máximo Alobrógico com Lúcio Opímio |
Notas
[editar | editar código-fonte]- ↑ Tem sido debate há bastante tempo o fato de este Caio Fânio ser o mesmo historiador que serviu sob Cipião Emiliano durante a Terceira Guerra Púnica e, junto com Tibério Graco, os dois foram os primeiros a ultrapassar a muralha de Cartago na captura da cidade. Cícero, cujas cartas são a base para a maior parte dos fatos de sua vida, se enganou ao identificar Fânio, o cônsul, como o filho de Caio; inscrições revelam claramente que seu pai era Marco Fânio. Atualmente, acredita-se amplamente que Cícero, embora enganado sobre alguns dos detalhes, provavelmente estava certo quando separou Caio Fânio, o cônsul em 122 a.C., e Caio Fânio, o historiador que serviu com Emiliano.[1]
Referências
- ↑ Cornell, T. J. The Fragments of the Roman Historians (2013), pgs. 244-247.
- ↑ Smith III, pg. 922
- ↑ Cornell, pg. 246; Broughton III, pg. 89
- ↑ Broughton I, pg. 468
- ↑ Broughton I, pg. 478
- ↑ Cornell, pg. 246
- ↑ Broughton I, pg. 509
- ↑ Smith II, pg. 296
- ↑ Broughton I, pg. 516
- ↑ Smith II, pg. 297
- ↑ Cícero, Brut. 26; Plínio, História Natural II 32; Plutarco, C. Gracch. 8, 11, 12; Cic. de Orat. III 47.
- ↑ Cornell, pg. 247; Smith III, pg. 922
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Broughton, T. Robert S. (1951). The Magistrates of the Roman Republic. Volume I, 509 B.C. - 100 B.C. (em inglês). I, número XV. Nova Iorque: The American Philological Association. 578 páginas
- Este artigo contém texto do artigo «Gaius Fannius Strabo» do Dictionary of Greek and Roman Biography and Mythology (em domínio público), de William Smith (1870).
- Cornell, T. J. The Fragments of the Roman Historians (2013)
- Smith, William, Dictionary of Greek and Roman Biography and Mythology, Vol II (1867)
- Smith, William, Dictionary of Greek and Roman Biography and Mythology, Vol III (1867)
- (em alemão) Gulielmus Kierdorf: Fannius [I 1]. In: Der Neue Pauly (DNP). Volume 4, Metzler, Stuttgart 1998, ISBN 3-476-01474-6, Pg. 424.
- (em alemão) Fridericus Münzer: Fannius 7). In: Realencyclopädie der classischen Altertumswissenschaft (RE). Vol. VI,2, Stuttgart 1909, Col. 1987–1991.