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Comitê para a Investigação Cética

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
(Redirecionado de CSICOP)
Comitê para a Investigação Cética
Comitê para a Investigação Cética
Fundação 1976 (48 anos)
Sede Amherst, Nova Iorque
Presidente Eddie Tabash[1]
Sítio oficial csicop.org

O CSICOP, Committee for the Scientific Investigation of Claims of the Paranormal (Comitê para a Investigação Científica de Alegações do Paranormal), é uma organização criada para encorajar o livre-pensamento e a investigação crítica de alegações paranormais e pseudocientíficas a partir de um ponto de vista científico responsável. É uma organização sem fins lucrativos, fundada em 1976 por Paul Kurtz. Seus objetivos práticos e sua posição filosófica de ceticismo científico são compartilhados pela Sociedade dos Céticos, pela Fundação Educacional James Randi, e por várias organizações céticas estadunidenses menores, além de por organizações nacionais de céticos estrangeiras. (Muitos dos grupos estrangeiros e estadunidenses regionais são associados formalmente ao CSICOP). A organização também mantém uma revista que divulga suas investigações e artigos, a Skeptical Inquirer.[2]

De acordo com o estatuto do CSICOP, a organização existe para alcançar seis objetivos maiores:

  1. Manter uma rede de pessoas interessadas em examinar de modo crítico alegações paranormais, ciência alternativa, entre outros, e em contribuir para a educação do consumidor.
  2. Preparar bibliografias de materiais publicados que cuidadosamente examinem tais alegações.
  3. Realizar conferências e reuniões.
  4. Publicar artigos que examinem alegações do paranormal.
  5. Não rejeitar alegações a priori, antes da investigação, mas examiná-las objetivamente e cuidadosamente.

O CSICOP conduziu investigações sobre várias alegações paranormais, indo de Pé-grande e aparições de OVNIs a psíquicos auto-proclamados, pseudociência, astrologia, medicina alternativa e cultos religiosos. Notáveis membros do CSICOP realizaram programas científicos de TV, como Bill Nye, Isaac Asimov, Carl Sagan, Milbourne Christopher, Martin Gardner, James Randi e muitos outros.

Não existem testes do CSICOP de alegações de fenômenos paranormais, simplesmente porque o CSICOP instituiu uma apólice contra fazer ele próprio a pesquisa. Uma controvérsia, o debate do Efeito Marte, foi talvez especialmente instrumental em consolidar a abordagem do CSICOP ao paranormal e o abandono da própria pesquisa científica. Durante os dias iniciais do Comitê, Kurtz e vários outros se empenharam num estudo científico da astrologia. Dennis Rawlins, um astrônomo e membro do Conselho Executivo do CSICOP, conduziu cálculos detalhados e análise de dados para o projeto. Começou notando problemas severos: os resultados apoiavam o caso para uma influência astrológica de Marte nas capacidades esportivas, muito à consternação dos investigadores. Rawlins tentou levar isto à atenção de outros membros do Comitê. Isto levou a uma disputa amarga, com Rawlins cobrando que erros sérios tinham sido feitos e que Kurtz tinha empreendido um encobrimento ao estilo Watergate. Rawlins[3] foi expulso do CSICOP, e ele publicou uma exposição em Fate. Não houve nenhuma resposta real à acusação de um encobrimento, e muito foi publicado sobre isto no Zetetic Scholar. O resultado foi que vários das pessoas mais moderadas renunciaram do Comitê. O artigo de Rawlins apareceu na edição de outubro de 1981 de Fate, e nesse mesmo mês o CSICOP instituiu uma apólice de não conduzir pesquisa próprias.[4]

Tendo em mente que muitas alegações paranormais, se verdadeiras, teriam uma grande importância científica, o CSICOP tenta lidar com tais alegações do modo recomendado pelo associado Carl Sagan:

"No coração da ciência existe um equilíbrio essencial entre duas atitudes aparentemente contraditórias — uma abertura para novas idéias, por mais bizarras ou contrárias à intuição, e o exame cético mais implacável de todas as idéias, antigas e novas. É dessa forma que as verdades profundas são joeiradas dentre profundos disparates" (Fonte: O mundo assombrado pelos demônios, Carl Sagan, 1996.) [5]

A maioria dos comentaristas aceita que o escrutínio crítico de alegações paranormais são apropriadas e valiosas. As diferenças entre céticos e proponentes do paranormal freqüentemente começam com os padrões aceitáveis de evidência.

Um axioma comum aos membros do CSICOP é que "alegações extraordinárias demandam evidências extraordinárias", frase atribuída ao cético Carl Sagan. Este é análogo ao padrão exigido pela corte criminal dos EUA, no qual o alegante deve provar sua alegação além de uma dúvida razoável. Como as alegações paranormais são potencialmente descobertas científicas revolucionárias que assombram o conhecimento científico estabelecido, nada menos do que o padrão mais rigoroso de escrutínio científico deve ser aceito como convincente. Isso pode envolver, por exemplo, experimentos científicos rigorosamente controlados, bem projetados e duplo-cegos publicados em respeitáveis jornais revisados por pares, seguidos de replicações independentes bem sucedidas por outros cientistas.

Os céticos do CSICOP tentam passar a ideia de que os proponentes do paranormal freqüentemente defendem um padrão de evidências menos rigoroso, mas isso é falso. O biólogo Rupert Sheldrake informa em "A Menta Ampliada":[6]

No primeiro grupo de publicações importantes de física e química do tipo Journal of the American Chemical Society, dos 237 trabalhos que examinamos nenhum deles envolvia técnicas de simulação. Nas ciências biológicas, dos 914 trabalhos que examinamos apenas 7 envolviam essas técnicas. Em outros como o Biochemical Journal, CellHeredity, nenhum deles. Nas ciências médicas 5,9% dos experimentos publicados envolviam técnicas cegas. Mais do que a biologia, mas mesmo assim abaixo daquilo que seria de se esperar. Na psicologia e no comportamento animal, 4,9%, também muito menos do que seria de se esperar, considerando-se a consciência que os psicologistas têm desse fenômeno. Na parapsicologia foram 85%, portanto a parapsicologia está bem na frente de todas as outras ciências no uso de metodologias objetivas e rigorosas, e nas ciências físicas as técnicas são praticamente desconhecidas.

Um tema preocupante para os membros CSICOP são os exemplos de alegações paranormais ou pseudociência que põem em perigo a saúde e o bem-estar das pessoas. O uso de tratamentos da medicina alternativa para uma doença que ameaça a vida é um exemplo disso. Investigações do CSICOP e outros, incluindo grupos "cães de guarda" do consumidor, agências de execução da lei, e corpos regulatórios do governo, mostraram que as indústrias que cercam fenômenos paranormais, medicina alternativa e produtos pseudocientíficos podem ser altamente lucrativas. O CSICOP alega que esta lucratividade permitiu que várias facções pró-paranormal dedicassem muitos recursos para propaganda, esforços de lóbi e outras formas de apoio, em detrimento do bem-estar do público.

Um objetivo relacionado ao CSICOP é o melhoramento da literatura científica. Eles não só consideram esta a melhor defesa contra a vitimização por fraudes paranormais e pseudocientíficas, como também uma necessidade crescente em um mundo que é cada vez mais afetado pela ciência e tecnologia.

O CSICOP é uma organização membro da International Humanist and Ethical Union (União Humanista e Ética Internacional) e endossa a Amsterdam Declaration 2002.

Skeptical Inquirer

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Ver artigo principal: Skeptical Inquirer

O CSICOP publica a revista Skeptical Inquirer, contendo artigos sobre suas investigações e de pessoas da área. A Skeptical Inquirer foi fundada por Marcello Truzzi com o nome de The Zetetic e renomeada alguns meses depois sob a editoria de Kendrick Frazier, primeiro editor do Science News. Existiram muitas coleções de artigos da Skeptical Inquirer, muitas publicadas por Frazier:

  • Paranormal Borderlands of Science (1981) Prometheus Books; ISBN 0-685-04177-8
  • Science Confronts the Paranormal (1986) Prometheus Books; ISBN 0-87975-314-5
  • The Hundredth Monkey: And Other Paradigms of the Paranormal (1991) Prometheus Books; ISBN 0-87975-655-1
  • The Outer Edge: Classic Investigations of the Paranormal (1996) CSICOP
  • The UFO Invasion: The Roswell Incident, Alien Abductions, and Government Coverups (1997) Prometheus Books; ISBN 1-57392-131-9
  • Encounters With the Paranormal: Science, Knowledge, and Belief (1998) Prometheus Books; ISBN 1-57392-203-X
  • Bizarre Cases (2000)

Alguns associados do CSICOP

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Referências

  1. (em inglês) «CSI Board, Fellows, and Staff». csicop.org. Consultado em 19 de novembro de 2014 
  2. Pinch, T. J.; H. M. Collins. «Private Science and Public Knowledge: The Committee for the Scientific Investigation of the Claims of the Paranormal and Its Use of the Literature» (requer pagamento). Social Studies of Science (em inglês). 14 (4): 521-546. Consultado em 2 de janeiro de 2015 
  3. RAWLINS, D. (1981). STARBABY. Fate, 34(10), 67-98.
  4. POLICY ON SPONSORING RESEARCH, TESTING INDIVIDUAL CLAIMS, AND CONDUCTING INVESTIGATIONS OF ALLEGED PARANORMAL POWERS AND PHENOMENA. (1982). Skeptical Inquirer, 6(3), 9.
  5. "At the heart of science is an essential balance between two seemingly contradictory attitudes — an openess to new ideas, no matter how bizarre or counterintuitive, and the most ruthlessly skeptical scrutiny of all ideas, old and new. This is how deep truths are winnowed from deep nonsense."
  6. http://www.esnips.com/doc/4a15cfb5-32e9-4a75-b399-e1d588667327/Rupert-Sheldrake---A-Mente-Ampliada

Ligações externas

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