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{{Info/Eleição
| em_curso=não
| país=Crimeia
| data_eleição=[[16 de março]] de [[2014]]
| nome_eleição=Referendo sobre a união da Crimeia com a Rússia e/ou restituição como parte da Ucrânia.
| fundo=
| variante=
| tamanho_bandeira =50px
| tipo             = Plebiscito sobre <br>questão territorial
| em_disputa       = <small>Unificação da Crimeia</small>
| votantes         = 1.200.000 (>80%)
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}}
[[Ficheiro:UkraineNativeLanguagesCensus2001detailed.PNG|thumb|213x213px|Língua materna mais comum em municípios urbanos e rurais da Ucrânia segundo censo de 2001, com o russo (em vermelho) dominante na Crimeia]]
[[Ficheiro:Distribution of ethnic groups in Crimea 2001-es.svg|thumb|234x234px|Distribuição dos grupos étnicos na Crimeia até 2001]]

O '''referendo sobre o estatuto político da Crimeia''' foi um [[referendo]] realizado no dia [[16 de março]] de [[2014]] pelo governo local da [[Crimeia]], bem como pelo governo local de [[Sevastopol]]; subdivisões vizinhas da [[Ucrânia]] localizadas na península da Crimeia e povoadas por grandes maiorias de [[língua russa]], a maioria delas de etnia russa.<ref name="march6bbc">{{citar jornal|url=http://www.bbc.com/news/world-europe-26465962|título=Ukraine crisis: Crimea MPs vote to join Russia|publicado=BBC News|data=6 de Março de 2014|acessodata=}}</ref>

==História==
[[Crise da Crimeia de 2014|Em meio as tensões na região]], devido à [[Euromaidan|revolução ucraniana]] e pelo fato de o governo recém-instalado na Ucrânia começar a distanciar-se da [[Rússia]], tropas pró-russas não identificadas (reivindicadas pela Rússia como sendo forças locais de auto-defesa, mas presumidas como soldados russos), assumiram a Crimeia em [[24 de fevereiro]] de 2014. O parlamento da Crimeia aprovou a realização de um [[referendo]] para perguntar à população se a Crimeia deve se juntar formalmente à Federação Russa ou permanecer parte da Ucrânia.<ref name=march6bbc/> O governo recém-instalado ucraniano, os líderes de uma organização que representa [[tártaros da Crimeia]], e várias nações, no entanto, argumentam que qualquer referendo realizado pelo governo local da Crimeia, sem a autorização expressa da Ucrânia é inconstitucional e ilegítimo, uma autoridade que o governo local crimeiano não tem atualmente sob a lei ucraniana.<ref name=march6bbc/><ref>{{Citar web |url=http://www.ukrinform.ua/eng/news/mejlis_to_boycott_crimean_referendum_318219 |titulo=Mejlis to boycott Crimean referendum |acessodata=2014-03-09 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20140317215837/http://www.ukrinform.ua/eng/news/mejlis_to_boycott_crimean_referendum_318219 |arquivodata=2014-03-17 |urlmorta=yes }}</ref> Não obstante a sua legitimidade, alguns meios de comunicação, como a [[Associated Press]], relataram que o referendo é semelhante a uma [[declaração unilateral de independência]] da Ucrânia pelo parlamento da Crimeia. {{efn|AP (2014) "O Parlamento da Crimeia abalroado com o que equivalia a uma declaração de independência da Ucrânia, anunciou que irá deixar o povo crimeiano, 60 por cento dos quais são de etnia russa, decidir em um referendo de 16 de março se desejam se tornar parte de seu vizinho gigantesco ao leste."<ref>{{citar jornal|url=http://www.npr.org/templates/story/story.php?storyId=286617558 |título=Crimea To Vote To Split From Ukraine, Join Russia |data=2014-03-06 |publicado=Associated Press }}</ref>}}{{efn|AP (2014) "A ação no parlamento da Crimeia era essencialmente uma declaração de independência da Ucrânia."<ref>{{citar jornal|url=http://www.11alive.com/news/article/323556/166/Move-for-referendum-on-Crimea-is-denounced |título=Move for referendum on Crimea is denounced |data=2014-03-07 |acessodata= |publicado=Associated Press }}</ref>}}

Os observadores da [[OSCE]] tentaram entrar na Crimeia três vezes, mas não conseguiram, com as testemunhas que viajaram com os observadores dizendo que tiros de advertência foram disparados para o ar da última vez que os observadores tentaram entrar.<ref name="bbc-2014-shots-fired-observers">{{citar jornal|url=http://www.bbc.com/news/world-europe-26499328 |título=Ukraine crisis: Shots fired as Crimea observers stopped |publicado=[[BBC News]] |data=2014-03-08  |acessodata= }}</ref> As tentativas da OSCE de entrar na Crimeia partiram de um convido do governo recém-instalado na Ucrânia à organização em seu território, mas as autoridades pró-russas na Crimeia dizem que OSCE não tem permissão para entrar na região.<ref name="bbc-2014-shots-fired-observers" />

==Votação==
A população respondeu a duas perguntas:

* ''Você é favorável a que a República Autônoma da Crimeia se una novamente à Rússia como parte constituinte da Federação Russa''?
* ''Você é favorável a restaurar a Constituição da República da Crimeia de 1992 e a condição da Crimeia como parte da Ucrânia''?

As opções disponíveis não incluem manter o ''[[status quo]]'' da Crimeia e Sevastopol como estavam no momento em que o referendo foi realizado. Muitos comentaristas ocidentais e ucranianos argumentaram que ambas as escolhas fornecidas no referendo resultariam na separação ''[[de facto]]'' da Ucrânia.<ref name=globeyes>{{citar jornal|último =SAIDEMAN|primeiro =STEPHEN|citação="... voters in Crimea next Sunday will be asked whether they support the union of Crimea with Russia (an act of irredentism) or whether Crimea should be independent (secession). There is no alternative – one cannot vote for the status quo ante of remaining within Ukraine."|título=In Crimea's sham referendum, all questions lead to 'yes'|url=http://www.theglobeandmail.com/globe-debate/in-crimeas-sham-referendum-all-questions-lead-to-yes/article17396854/|jornal=Globe and Mail|data=12 de março de 2014}}</ref><ref name=autogenerated1>[http://www.nytimes.com/2014/03/15/world/europe/crimea-vote-does-not-offer-choice-of-status-quo.html 2 Choices in Crimea Referendum, but Neither Is ‘No’] - The New York Times</ref><ref>{{citar jornal|último =Oliphant|primeiro =Roland|título=Crimeans vote peacefully in referendum, but have little choice|url=http://www.telegraph.co.uk/news/worldnews/europe/ukraine/10701676/Crimeans-vote-peacefully-in-referendum-but-have-little-choice.html|jornal=The Telegraph|data=16 de março de 2014}}</ref>

No dia [[11 de março]], em sua [[Declaração de Independência da República da Crimeia]] o parlamento da Crimeia e o conselho da cidade de Sevastopol manifestaram a intenção de se juntar com a Rússia na pendência de um resultado de apoio no referendo.<ref>{{citar jornal|url=http://www.reuters.com/article/2014/03/11/us-ukraine-crisis-referendum-idUSBREA2A1GR20140311|título=No room for 'Nyet' in Ukraine's Crimea vote to join Russia|último =Balmforth|primeiro =Richard|data=11 de março de 2014|publicado=Reuters|acessodata=}}</ref> As lideranças da Crimeia e Sevastopol também consideraram a destituição do presidente ucraniano [[Viktor Yanukovych]] na [[revolução ucraniana de 2014]] como um [[golpe de Estado]] e o novo governo interino em Kiev como ilegítimo.<ref>{{citar jornal|url=http://rt.com/news/crimea-parliament-independence-ukraine-086/|título=Crimea parliament declares independence from Ukraine ahead of referendum|data=11 de março de 2014|publicado=RT|acessodata=}}</ref> A ação foi considerada legítima pela Rússia, mas não pelos [[Estados Unidos]] e pelo governo de Kiev.<ref>{{citar web |url=http://rt.com/news/crimea-parliament-independence-ukraine-086/ |título=Crimea parliament declares independence from Ukraine ahead of referendum |editora=[[RT]] |data=11 de março de 2014|acessodata=}}</ref>

==Resultados==
Os resultados preliminares apontaram que mais que 80% dos cerca de 1,5 milhão de pessoas aptas a votar apresentaram-se no referendo e que mais de 93% deles votaram na união com a Rússia como [[Subdivisões da Rússia|parte constituinte da Federação Russa]].<ref name="Resultados do Referendo na Crimeia em 2014">{{citar web |url = http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2014/03/140315_referendo_urnas_lk.shtml |título = Eleitores da Crimeia querem anexação pela Rússia, diz pesquisa |publicado = BBC News |data = 16 de março de 2014 |acessodata = 29 de julho de 2018 }}</ref>

Ao final da apuração, 96,8% dos votos apurados foram favoráveis à secessão da península em relação à Ucrânia e à reintegração à Federação Russa.<ref name="Resultados do Referendo na Crimeia em 2014 2">{{citar web |url = http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2014/03/140315_referendo_resultado_parcial_lk.shtml |título = Governo diz que 95% dos eleitores votam por anexação da Crimeia à Rússia |publicado = BBC News |data = 16 de março de 2014 |acessodata = 29 de julho de 2018 }}</ref><ref name="Resultados do Referendo na Crimeia em 2014 3">{{citar web |url = http://g1.globo.com/mundo/noticia/2014/03/parlamento-russo-deve-aprovar-lei-para-adesao-da-crimeia.html |título = Parlamento russo deve aprovar lei para a adesão da Crimeia |publicado = G1 Notícias |data = 17 de março de 2014 |acessodata = 29 de julho de 2018 }}</ref><ref name="Resultados do Referendo na Crimeia em 2014 4">{{citar web |url = http://g1.globo.com/mundo/noticia/2014/03/resultado-final-aponta-97-dos-crimeios-favor-da-uniao-russia.html |título = Resultado final aponta 96,8% dos crimeios a favor da união à Rússia |publicado = G1 Notícias |data = 17 de março de 2014 |acessodata = 29 de julho de 2018 }}</ref>  Por outro lado, a minoria [[tártaros|tártara]] boicotou a votação.<ref name="Resultados do Referendo na Crimeia em 2014 5">{{citar web |url = https://www.publico.pt/2014/03/16/mundo/reportagem/ganhamos-a-crimeia-e-parte-de-russia-1628549#/0 |título = “Ganhámos. A Crimeia é parte da Rússia”. Com 95% de votos no “sim”, muitos milhares vieram para a praça celebrar a Rússia. Na noite dos bairros tártaros, o silêncio. Famílias ucranianas começavam a planear o êxodo. |publicado = Publico PT |data = 16 de março de 2014 |acessodata = 29 de julho de 2018 }}</ref>{{Guerra Russo-Ucraniana}}Após o referendo, a Crimeia passou a buscar o reconhecimento da [[ONU]] e solicitou para se juntar à Federação Russa.<ref>[http://www.bbc.com/news/world-europe-26609667 Crimean parliament formally applies to join Russia], [[BBC]], 17 de março de 2014</ref> No mesmo dia, a Rússia reconheceu a Crimeia como um Estado soberano.<ref name="autogenerated3">[http://www.reuters.com/article/2014/03/17/us-ukraine-crisis-idUSBREA1Q1E820140317 U.S., EU set sanctions as Putin recognizes Crimea sovereignty | Reuters]</ref><ref>[http://www.nytimes.com/2014/03/18/world/europe/us-imposes-new-sanctions-on-russian-officials.html?hp&_r=0 Putin Recognizes Crimea Secession, Defying the West], [[New York Times]], 17 de março de 2014</ref> Entretanto, os países ocidentais declararam que não reconheceriam os resultados do plebiscito por considerá-lo ilegal.<ref>{{citar web |url=http://www.20minutos.es/noticia/2086788/0/occidente-rechaza/ilegal/referendum-crimea/ |título=Occidente rechaza el "ilegal" referéndum de Crimea |editora=20minutos.es |data=17 de março de 2014|acessodata= }}</ref>

== Ver também ==
*[[Russos da Ucrânia]]
*[[Adesão da Crimeia à Federação Russa]]
*[[Crise da Crimeia de 2014]]

==Notas==
{{notelist|2}}

==Referências==
{{Reflist|colwidth=30em}}

==Ligações externas==
* [http://referendum2014.ru/ O site oficial do referendo ]
* [http://referendum-rt.com/ Site não oficial do referendo, votação online]

{{Anexação da Crimeia à Federação Russa}}
{{Euromaidan}}
{{Portal3|Ucrânia|Rússica|Política}}

[[Categoria:Referendos em 2014]]
[[Categoria:Crise da Crimeia de 2014]]
[[Categoria:2014 na Ucrânia]]
[[Categoria:Secessão na Ucrânia]]

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