Mostrar código-fonte de Dario I

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{{Info/Nobre
| nome = Dario I
| título = [[Rei dos Reis]]<br>[[Grande rei|Grande Rei]]<br>[[Lista de monarcas da Pérsia|Rei da Pérsia]]<br>[[Lista de reis da Babilônia|Rei da Babilônia]]<br>[[Faraó|Faraó do Egito]]<br>[[Rei das Terras]]
| imagem = Darius I (The Great).jpg
| sucessão = [[Rei dos Reis]] do [[Império Aquemênida]]
| reinado = 29 de setembro de {{AC|522|x}} – outubro de {{AC|486|x}}
| coroação = [[Pasárgada]]
| antecessor = [[Esmérdis]]
| sucessor = [[Xerxes I]]
| sucessão1 = [[Faraó|Faraó do Egito]]
| reinado1 = 29 de setembro de {{AC|522|x}} – outubro de {{AC|486|x}}
| predecessor1 = [[Esmérdis]]
| sucessor1 = [[Xerxes I]]
| conjugue = {{lista simples|
* [[Atossa]]
* [[Artístone]]
* [[Pármis]]
* Frataguna
* [[Fedímia]]
* uma filha de [[Gobrias (filho de Mardônio)|Gobrias]]
}}
| dinastia = [[Dinastia aquemênida|aquemênida]]
| religião = [[Indo-Iranianos|indo-iraniana]] (possivelmente [[zoroastrianismo]])
| filhos = {{lista simples|
* Artobazanes
* [[Xerxes I]]
* [[Ariâmenes (filho de Dario I)|Ariâmenes]]
* Arsâmenes
* [[Masistes]]
* [[Aquêmenes (sátrapa)|Aquêmenes]]
* Arsames
* Gobrias
* Ariomardo
* Abrocomes
* Hiperantes
* [[Artazostre]]
}}
| pai = [[Histaspes]]
| mãe = Roduguna ou [[Irdabama]]
| nome completo = Dārayava(h)uš<br/>[[Imagem:OldPersian-DA.svg|15px]] [[Imagem:OldPersian-A.svg|20px]] [[Imagem:OldPersian-RA.svg|20px]] [[Imagem:OldPersian-YA.svg|20px]] [[Imagem:OldPersian-VA.svg|20px]] [[Imagem:OldPersian-U.svg|20px]] [[Imagem:OldPersian-SHA.svg|20px]]
| nascimento = {{dni|lang=br|||550 a.C.|si}}
| morte = outubro de {{morte|lang=br|||-486|||-550}}
| morte_local = [[Naqsh-i Rustam]]
| prenome_egípcio = Seteture<br>''rꜤ-sttw''<br>''Progênie [[Rá]]''<br><hiero>N5-s-t:t-w</hiero>
| nome_egípcio = Derius<br>''drjwš''<br>''Dario''<br><hiero>N16:E23-V4-M8</hiero>
| nome_horus = Menequibe<br>''mnḫ-jb''<br>''Aquele de mente esplêndida''<br><hiero>mn:n:x*ib</hiero><br>Segundo nome de Hórus:<br><br /> ''wr-nb-mrj-šmꜤw''<br>''Uernebemerixemau''<br />''Chefe e Senhor, amado do Alto Egito''<br><hiero>A21A-nb-M22:O49-i*i:N36</hiero><ref>Jürgen von Beckerath, ''Handbuch der ägyptischen Königsnamen'' (= ''Münchner ägyptologische Studien'', vol 46), Mainz am Rhein: Verlag Philipp von Zabern, 1999. {{ISBN|3-8053-2310-7}}, pp.&nbsp;220–21.</ref>
}}

'''Dario I''' ({{langx|la|''Dārīus''}}; {{langx|el|Δαρεῖος||''Dareîos''}}; {{langx|peo|𐎭𐎠𐎼𐎹𐎢𐏁||''Dārayauš''}}; {{dni|||550 a.C.|si}} — {{morte|||-486}}), cognominado '''o Grande''', foi o terceiro [[xainxá]] do [[Império Aquemênida]], reinando de 522 até sua morte em {{AC|486|x}}. Governou o império em seu auge territorial, quando incluía grande parte da [[Ásia Ocidental]], partes dos [[Bálcãs]] ([[Trácia]]-[[Macedônia (região)|Macedônia]] e [[Peônia]]) e o [[Cáucaso]], a maioria das regiões costeiras do [[mar Negro]], [[Ásia Central]], o [[vale do Indo]] no extremo leste e partes do [[norte da África|norte]] e nordeste da [[África]], incluindo [[Egito aquemênida|Egito]] (Mudraia), leste da [[Líbia Antiga|Líbia]] e litoral do atual [[Sudão]]. Dario é mencionado nos livros de [[Livro de Ageu|Ageu]], [[Livro de Zacarias|Zacarias]], [[Livro de Daniel|Daniel]] e [[Livro de Esdras|Esdras]]-[[Livro de Neemias|Neemias]] do [[Antigo Testamento]].

Dario ascendeu ao trono derrubando o monarca aquemênida Bardia (ou [[Esmérdis]]), que alegou ser na verdade um impostor chamado Gaumata. O novo rei enfrentou rebeliões por todo o império, mas reprimiu cada uma delas; um evento importante na vida de Dario foi sua expedição para subjugar a [[Grécia Antiga|Grécia]] e punir [[Atenas Antiga|Atenas]] e [[Erétria]] por sua participação na [[Revolta Jônica]]. Embora sua campanha tenha fracassado na [[Batalha de Maratona]], conseguiu resubjugar a Trácia e expandiu o Império Aquemênida por meio de suas conquistas da Macedônia, das [[Cíclades]] e da ilha de [[Naxos]].

Dario organizou o império dividindo-o em províncias administrativas, cada uma governada por um [[sátrapa]]. Refez a cunhagem aquemênida como um novo sistema monetário uniforme e tornou o [[aramaico]] uma língua cooficial do império ao lado do [[persa antigo|persa]]. Também colocou o império em melhor posição construindo estradas e introduzindo pesos e medidas padrão. Por meio dessas mudanças, o Império Aquemênida se tornou centralizado e unificado. Dario empreendeu outros projetos de construção em todo o seu reino, concentrando-se principalmente em [[Susã]], [[Pasárgada]], [[Persépolis]], [[Babilônia]] e Egito. Mandou esculpir uma inscrição na face de um penhasco do [[Monte Beistum]] para registrar suas conquistas, o que mais tarde se tornaria uma evidência importante do persa antigo.

==Etimologia==
[[Imagem:DNa Inscription Dārayavauš.jpg|thumb|esquerda|Nome de Dario em [[antigo cuneiforme persa]] na [[inscrição DNa]] [[Túmulo de Dario I|de seu túmulo]]: ''Dārayavauš'' ({{lang|peo|𐎭𐎠𐎼𐎹𐎺𐎢𐏁}})]]

Dario ({{lang|la|''Dārīus''}}) e Dareu ({{lang|la|''Dārēus''}}) são as formas [[Latim|latinas]] do [[Grego antigo|grego]] Dareu ({{lang|el|[[Wikt:Δαρεῖος|Δαρεῖος]]}}, ''Dareîos''), e por sua vez do [[persa antigo]] Daraiuxe ({{lang|peo|𐎭𐎠𐎼𐎹𐎢𐏁}}, ''Dārayauš''), que é uma forma abreviada de Daraiavauxe ({{lang|peo|[[wikt:𐎭𐎠𐎼𐎹𐎺𐎢𐏁|𐎭𐎠𐎼𐎹𐎺𐎢𐏁]]}}, ''Dārayavaʰuš''). A forma mais longa reflete-se no [[Elamita aqueménida|elamita]] Dareamauixe ({{lang|ela|𒆪𒊑𒀀𒈠𒌋𒆜}}, ''Dareamauiš''), no [[Babilónio tardio|babilónio]] ({{lang|akk|𒁕𒀀𒊑𒅀𒀀𒈲}}, ''Dāreyāmuš''⁠), nas formas [[Aramaico imperial|aramaicas]] Derivevexe ({{lang|arc|𐡃𐡓𐡉𐡅𐡄𐡅𐡔}}, ''drywhwš'') e talvez na forma grega mais longa Dereio ({{lang|el|Δαρειαῖος}}, ''Dareiaîos''). O nome na forma nominativa significa "aquele que mantém firme o(s) bem(nes)", o que se pode verificar pela primeira parte {{lang|peo-Latn|''dāraya''}}, que significa "titular", e o advérbio {{lang|peo-Latn|''vau''}}, que significa "bondade".{{sfn|Schmitt|1994|p=40}} 

==Fontes primárias==

{{Imagem múltipla
|align         = left
|caption_align = center
|header        = Tabuletas de fundação de Apadana de Dario
|total_width   = 400
|image1        = Corner of the Apadana Darius the Great inscription.jpg
|caption1      = Tabletes de fundação de ouro de Dari para o [[Palácio de Apadana]], em sua caixa de pedra original. O [[tesouro de Apadana|tesouro de moedas de Apadana]] havia sido depositado embaixo ({{ca.}} {{AC|510|x}}).
|image2        = Deposition plate of Darius I in Persepolis.jpg
|caption2      = Uma das duas placas de deposição de ouro. Mais duas eram de prata. Todas tinham a mesma inscrição trilíngue (inscrição DPh).
}}

Algures entre a sua [[coroação]] e a sua morte, Dario deixou um relevo monumental trilingue no [[Monte Beistum]], que foi escrito em [[língua elamita|elamita]], persa antigo e [[língua babilónica|babilónico]]. A inscrição começa com uma breve autobiografia incluindo a sua ascendência e linhagem. Para ajudar na apresentação da sua ascendência, escreveu a sequência de acontecimentos que ocorreram após a morte de [[Ciro, o Grande]].{{sfn|Duncker|1882|p=192}}{{sfn|Egerton|1994|p=6}} Dario refere várias vezes que é o rei legítimo pela graça da divindade suprema [[Aúra-Masda]]. Além disso, foram encontrados outros textos e monumentos de [[Persépolis]], bem como uma [[tábua de argila]] contendo um [[antigo cuneiforme persa]] de Dario de [[Gherla]], [[Roménia]] (Harmata) e uma carta de Dario a [[Gadates]], preservada num texto grego do período romano.{{sfn|Shahbazi|1994|pp=41–50}}{{sfn|Kuhrt|2013|page=197}}{{sfn|Frye|1984|page=103}}{{sfn|Schmitt|1994|page=53}} Nas tábuas de fundação do [[Palácio de Apadana]], Ddescreveu em escrita antiga cuneiforme persa a extensão do seu império em termos geográficos amplos:<ref name="ACH">{{cite journal |last1=Zournatzi |first1=Antigoni |title=The Apadana Coin Hoards, Darius I, and the West |journal=American Journal of Numismatics |volume=15 |year=2003 |pages=1–28 |jstor=43580364 }}</ref><ref>{{cite book |title=Persepolis : discovery and afterlife of a world wonder |date=2012 |pages=[https://archive.org/details/persepolis_discovery_and_afterlife_of_a_world_wonder/page/n195 171]–181 |url=https://archive.org/details/persepolis_discovery_and_afterlife_of_a_world_wonder |language=en}}</ref>

{{Citação2|bq=s|cinza=s|
1=Dario, o grande rei, rei dos reis, rei dos países, filho de Histaspes, um aqueménida. O rei Dario diz: Este é o reino que eu mantenho, desde os [[sacas]] que estão para além de [[Soguediana]] até ao [[Reino de Cuxe|Cuxe]], e de [[Sinde]] ({{lang|peo|[[Wikt:𐏃𐎡𐎯𐎢𐏁|𐏃𐎡𐎭𐎢𐎺]], ''Hidauv''}}; [[locativo]] de "[[Índia (satrapia)|Hiduxe]]", ou seja, "[[vale do Indo]]") para [[Lídia (satrapia)|Lídia]] ({{lang|peo|𐎿𐎱𐎼𐎭}}, ''Sparda'') - [isto é] o que Aúra-Masda, o maior dos deuses, me concedeu. Que Aúra-Masda me proteja a mim e à minha casa real!''|
2=Inscrição DPh de Dario I nas fundações do Palácio de Apadana}}

[[Heródoto]], historiador grego e autor das ''[[Histórias (Heródoto)|Histórias]]'', forneceu um relato de muitos reis persas e das [[Guerras Greco-Persas]]. Escreveu extensivamente sobre Dario, abrangendo metade do Livro 3 juntamente com os Livros 4, 5 e 6. Começa com a remoção do suposto [[Usurpação|usurpador]] [[Gaumata]] e continua até ao final do reinado de Dario.{{sfn|Shahbazi|1994|pp=41–50}}

==Primeiros anos==

{{multiple image
| align = left
| caption_align = center
| total_width = 400
| header = O antecessor de Dario: Esmérdis/Gaumata
| image1 = Gaumata being trampled upon by Darius.jpg
| caption1 = "Gaumata" sendo pisoteado por Dario na [[inscrição de Beistum]]. A inscrição em [[persa antigo]] diz: "Este é Gaumata, o Mago. Ele mentiu, dizendo: 'Sou [[Esmérdis]], o filho de [[Ciro II|Ciro]], sou rei.'"<ref name=DB>{{Cite web|url=https://www.livius.org/sources/content/behistun-persian-text/behistun-minor-inscriptions/|title=Behistun, minor inscriptions - Livius|website=www.livius.org}}</ref>
| image2 = Gaumata_portrait_on_the_Behistun_inscription.jpg
| caption2 = Retrato do xainxá Esmérdis, ou "Gaumata", dos relevos de Beistum (detalhe).
}}

Dario era o mais velho dos cinco filhos de [[Histaspes (pai de Dario I)|Histaspes]].{{sfn|Shahbazi|1994|pp=41–50}} A identidade da sua mãe é incerta. Segundo o historiador moderno [[Alireza Shapour Shahbazi]] (1994), pensava-se que a mãe de Dario era uma mulher chamada Rodoguna.{{sfn|Shahbazi|1994|pp=41–50}} No entanto, de acordo com [[Lloyd Llewellyn-Jones]] (2013), textos recentemente descobertos em Persépolis indicam que a sua mãe era [[Irdabama]], uma rica proprietária de terras descendente de uma família de governantes elamitas locais.{{sfn|Llewellyn-Jones|2013|p=112}} Richard Stoneman também se refere a Irdabama como a mãe de Dario.{{sfn|Stoneman|2015|p=189}} A inscrição de Beistum afirma que o seu pai era [[sátrapa]] de [[Báctria]] em {{AC|522|x}}.{{efn|Segundo [[Heródoto]], Histaspes era o sátrapa da [[Pérsis]], embora o [[iranologia|iranólogo]] francês [[Pierre Briant]] afirme que se trata de um erro.{{sfn|Briant|2002|p=467}} Richard Stoneman também considera o relato de Heródoto incorrecto.{{sfn|Stoneman|2015|p=20}}}} Segundo Heródoto (III.139), Dario, antes de tomar o poder e "sem consequências na altura", serviu como lanceiro (doríforo) na campanha egípcia {{-nwrap||528|525}} do [[xainxá]] [[Cambises II]];{{sfn|Cook|1985|p=217}} isto é muitas vezes interpretado como sendo ele o porta-lanças pessoal do rei, um papel importante. Histaspes era um oficial do exército de [[Ciro, o Grande|Ciro]] e um nobre da sua corte.{{sfn|Abbott|2009|p=14}}

Antes de Ciro e o seu exército atravessarem o [[rio Araxes]] para combater os arménios, empossou o seu filho Cambises II como rei caso este não regressasse da batalha.{{sfn|Abbott|2009|p=14–15}} No entanto, depois de Ciro ter atravessado o rio Araxes, teve uma visão em que Dario tinha asas no topo dos ombros e estava sobre os confins da Europa e da Ásia (o mundo conhecido). Quando Ciro acordou do sonho, inferiu que era um grande perigo para a segurança futura do império, pois significava que Dario um dia governaria o mundo inteiro. No entanto, o seu filho Cambises era o herdeiro do trono, e não Dario, fazendo com que Ciro se questionasse se Dario estaria a formar planos ambiciosos e traiçoeiros. Isto levou Ciro a ordenar a Histaspes que regressasse a Pérsis e vigiasse estritamente o seu filho, até que o próprio Ciro regressasse.{{sfn|Abbott|2009|p=15–16}}

===Ascensão===
[[Imagem:Lineage of Darius the Great.jpg|thumb|Linhagem de Dario, o Grande, de acordo com a [[Inscrição de Beistum]]]]

Existem diferentes relatos sobre a ascensão de Dario ao trono, tanto do próprio Dario como de historiadores gregos. O relato de Dario, escrito em Beistum, afirma que Cambises II matou o seu próprio irmão Esmérdis, mas que este assassinato não era conhecido entre os [[povos iranianos|iranianos]]. Um pretenso usurpador chamado Gaumata veio e mentiu ao povo, afirmando que era Esmérdis.{{sfn|Boardman|1988|p=54}} Os iranianos revoltaram-se contra o governo de Cambises e, a 11 de março de {{AC|522|x}}, uma revolta contra Cambises eclodiu na sua ausência. No dia 1 de julho, os iranianos optaram por ficar sob a liderança de Gaumata, como “Esmérdis”. Nenhum membro da família aqueménida se levantaria contra Gaumata, pois poria em causa a segurança da sua própria vida. Dario, que serviu Cambises como seu lanceiro até à morte do governante deposto, orou pedindo ajuda e, em setembro de {{AC|522|x}}, juntamente com [[Otanes]], [[Intafrenes]], [[Gobrias (filho de Mardônio)|Gobrias]], [[Hidarnes I|Hidarnes]], [[Megabizo (filho de Datuvaia)|Megabizo]] e [[Aspatines]], mataram Gaumata na fortaleza de Sicaiauvati.{{sfn|Boardman|1988|p=54}}

Heródoto fornece um relato questionável da ascensão de Dario: vários dias após o assassinato de Gaumata, Dario e os outros seis nobres discutiram o destino do império. No início, os sete discutiram a forma de governo: Uma [[república democrática]] ([[isonomia]]) era fortemente defendida por Otanes, Megabizo defendia uma [[oligarquia]], enquanto Dario fazia pressão para uma monarquia. Depois de afirmar que uma república levaria à corrupção e à luta interna, enquanto uma monarquia permitia uma liderança com uma obstinação impossível noutros governos, Dario conseguiu convencer os outros nobres.{{carece de fontes|data=julho de 2024}}

{{Imagem múltipla
|header     = [[Selo cilíndrico]] de Dario
|align      = left
|total_width= 300
|direction  = vertical
|image1     = The Darius seal. Darius stands in a royal chariot below Ahura Mazda and shoots arrows at a rampant lion. From Thebes, Egypt. 6th-5th century BCE. British Museum (cropped).jpg
|image2     = Darius seal drawing.jpg

|footer     = Impressão de um [[selo cilíndrico]] de Dario, caçando numa carruagem, com a inscrição "Sou Dario, o Grande Rei" em persa antigo ([[:wikt:𐎠𐎭𐎶|𐎠𐎭𐎶]]𐏐[[:wikt:𐎭𐎠𐎼𐎹𐎺𐎢𐏁𐎴|𐎭𐎠𐎼𐎹𐎺𐎢𐏁𐎴]] [[:wikt:𐏋|𐏋]], ''adam Dārayavaʰuš xšāyaθiya''), elamita e babilónico. A palavra 'grande' só aparece em babilônico. [[Museu Britânico]], escavado em Tebas, Egito.<ref>{{Cite web|url=https://www.britishmuseum.org/collection/object/W_1835-0630-1|title=cylinder seal &#124; British Museum|website=The British Museum}}</ref><ref>{{Cite web|url=https://www.livius.org/pictures/a/iran/darius-seal-photo/|title=Darius' seal, photo - Livius|website=www.livius.org}}</ref><ref>{{cite news |title=The Darius Seal |url= https://www.britishmuseum.org/research/collection_online/collection_object_details.aspx?objectId=282610&partId=1&people=92952&peoA=92952-3-18&page=1 |website= British Museum}}</ref>}}

Para decidir quem se tornaria o monarca, seis deles decidiram fazer um teste, com a abstenção de Otanes, pois não tinha interesse em ser rei. Deveriam reunir-se fora do palácio, montados nos seus cavalos ao nascer do sol, e o homem cujo cavalo relinchasse primeiro em reconhecimento do sol nascente tornar-se-ia rei. Segundo Heródoto, Dario tinha um escravo, Oebares, que esfregou a mão nos genitais da égua preferida pelo cavalo de Dario. Quando os seis se reuniram, Oebares colocou as mãos junto às narinas do cavalo de Dario, que se excitou com o cheiro e relinchou. Seguiram-se relâmpagos e trovões, levando os outros a desmontarem e ajoelharem perante Dario em reconhecimento da sua aparente [[providência divina]].{{sfn|Poolos|2008|p=17}} Neste relato, o próprio Dario afirmou que alcançou o trono não por fraude, mas por astúcia, erguendo até uma estátua de si próprio montado no seu cavalo relinchante com a inscrição: "Dario, filho de Histaspes, obteve a soberania da Pérsia pela sagacidade do seu cavalo e pelo engenhoso artifício de Oebares, seu moço de estrebaria."{{sfn|Abbott|2009|p=98}}

De acordo com os relatos dos historiadores gregos, Cambises II tinha deixado [[Patizeites]] a cargo do reino quando se dirigiu para o Egito. Mais tarde, enviou [[Prexaspes]] para assassinar Bardia. Após o assassinato, Patizeites colocou o seu irmão Gaumata, um mago que se parecia com Bardia, no trono e declarou-o o xainxá. Otanes descobriu que Gaumata era um impostor e, juntamente com outros seis nobres iranianos, incluindo Dario, criou um plano para expulsar o pseudo-Bardia. Depois de matar o impostor juntamente com o seu irmão Patizeites e outros magos, Dario foi coroado rei na manhã seguinte.{{sfn|Shahbazi|1994|pp=41–50}}

Os detalhes sobre a ascensão de Dario ao poder são geralmente reconhecidos como falsificações e foram, na realidade, utilizados como uma ocultação da sua deposição e assassinato do legítimo sucessor de Ciro, Bardia.{{sfn|Llewellyn-Jones|2017|p=70}}{{sfn|Van De Mieroop|2003|pp=}}<ref name="Allen">{{cite web|last=Allen|first=Lindsay|title=O Império Persa|ano=2005|location= Londres|publisher=The British Museum press|page=42}}.</ref> Para legitimar o seu governo, Dario teve uma originalidade comum inventada entre ele e Ciro ao designar [[Aquêmenes]] como fundador homónimo da sua dinastia.{{sfn|Llewellyn-Jones| 2017|p=70}} Na realidade, Dario não era da mesma casa que Ciro e os seus antepassados, os governantes de [[Ansã (Pérsia)|Ansã]].{{sfn|Llewellyn-Jones |2017|p=70 }}{{sfn|Águas|1996|pp=11, 18}}

==Início do reinado==

===Primeiras revoltas===
[[Ficheiro:Darius.jpg|thumb|Dario, o Grande, por [[Eugène Flandin]] (1840)]]
Após a sua coroação em [[Pasárgada]], Dario mudou-se para [[Ecbátana]]. Não tardara para perceber que o apoio a Bardia era forte e que as revoltas em [[Elão]] e na [[Babilónia]] tinham despolotado.{{sfn|Briant|2002|p=115}} Dario pôs fim à revolta elamita quando o líder revolucionário Aschina foi capturado e executado em [[Susa]]. Ao fim de três meses, a revolta na Babilónia terminou. Enquanto estava na Babilónia, soube que tinha eclodido uma revolução na [[Báctria]], uma [[satrapia]] que sempre foi a favor dele, e inicialmente ofereceu um exército de soldados para reprimir as revoltas. Depois disso, eclodiram revoltas em [[Pérsis]], a terra natal dos persas e de Dario, e depois em Elão e na Babilónia, seguindo-se a [[Média (região)|Média]], [[Pártia]], [[Assíria]] e Egito.{{sfn|Briant|2002|pp=115–116}}

Por volta de {{AC|522|x}}, ocorreram revoltas contra Dario na maior parte do [[Império Aquemênida|Império Aqueménida]], deixando o império instável. Embora não parecesse ter o apoio da [[população]], tinha um exército leal, liderado por confidentes próximos e nobres (incluindo os seis nobres que o ajudaram a remover Gaumata). Com o seu apoio, conseguiu reprimir todas as revoltas num ano. Em suas palavras, matou um total de nove "reis mentirosos" ao reprimir as revoluções.{{sfn|Briant|2002|p=116}} Dario deixou um relato detalhado destas revoluções na inscrição de Beistum.{{sfn|Briant|2002|p=116}}

===Eliminação de Intafernes===

Um dos acontecimentos significativos do início do reinado de Dario foi o assassinato de Intafernes.{{sfn|Briant|2002|p=131}} Os sete fizeram um acordo em que todos poderiam visitar o novo rei sempre que quisessem, excepto quando este estivesse com uma mulher.{{sfn|Briant|2002|p=131}} Uma noite, Intafernes foi ao palácio para se encontrar com Dario, mas foi travado por dois oficiais que afirmaram que Dario estava com uma mulher.{{sfn|Briant|2002|p=131}} Furioso e sentindo-se insultado, Intafernes desembainhou a espada e cortou as orelhas e o nariz dos dois oficiais.{{sfn|Briant|2002|p=131}} Ao sair do palácio, pegou no freio do seu cavalo e amarrou os dois oficiais.{{carece de fontes|data=julho de 2024}}

Os oficiais foram ter com o rei e mostraram-lhe o que Intafernes lhes tinha feito. Dario começou a temer pela sua própria segurança; pensou que todos os sete nobres se tinham unido para se revoltarem contra ele e que o ataque contra os seus oficiais era o primeiro sinal de revolta. Enviou um mensageiro a cada um dos nobres, perguntando-lhes se aprovavam as ações de Intafernes. Negaram e repudiaram qualquer ligação com as ações de Intafernes, afirmando que mantinham a sua decisão de nomear Dario como Rei dos Reis. A opção de Dario de perguntar aos nobres indica que ainda não estava completamente certo da sua autoridade.{{sfn|Briant|2002|p=131}}

Precavendo-se contra qualquer resistência, Dario enviou soldados para capturar Intafernes, juntamente com o seu filho, familiares, parentes e quaisquer amigos que fossem capazes de se armar. Dario acreditava que Intafernes estava a planear uma rebelião, mas quando foi levado a tribunal, não havia provas de tal plano. Mesmo assim, Dario matou toda a família de Intafernes, excluindo o irmão e o filho da sua mulher. Ela foi convidada a escolher entre o irmão e o filho. Ela escolheu o seu irmão para viver. O seu raciocínio para o fazer foi que poderia ter outro marido e outro filho, mas teria sempre apenas um irmão. Dario ficou impressionado com a resposta dela e poupou a vida ao irmão e do filho.{{sfn|Abbott|2009|p=99–101}}

{{notas e referências}}

{{Faraós}}
{{Portal3|Biografias|Política|História|Mesopotâmia|Antigo Egito}}
{{Categorização AD e AB de outras wikis}}
{{Controle de autoridade}}

[[Categoria:Faraós da XXVII dinastia egípcia]]
[[Categoria:Xás do Império Aquemênida]]
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