República Federal da América Central

estado na América Central de 1823 a 1841



República Federal da América Central (em castelhano: República Federal de Centroamérica)[1] foi um país constituído em 1823 como uma república federal situada na América Central, seguindo o modelo dos vizinhos Estados Unidos. A federação, que durou dezessete anos, foi também designada como Províncias Unidas da América Central e, segundo a sua Constituição aprovada em 1824, Federação da América Central ou Federação Centro-Americana (em castelhano, Federación de Centroamérica).

República Federal de Centroamérica
República Federal da América Central
1823 – 1839
Flag Brasão
Bandeira Brasão
Localização de Federação da América Central
Localização de Federação da América Central
Os Estados Unidos da América Central.
Continente América
Região América Central
País Honduras, Guatemala, El Salvador, Nicarágua e Costa Rica
Capital Cidade da Guatemala (1823 - 1834)
San Salvador
Língua oficial Espanhol
Governo República federal
Presidente
 • 1825–1829 Manuel José Arce (primeiro)
 • 1835–1839 Francisco Morazán (último)
História
 • 1 de julho de 1823 Independência em relação ao Império Mexicano
 • 1839 Dissolução
Moeda Real da República da América Central
Sucedido por
El Salvador
Costa Rica
Guatemala
Honduras
Nicarágua

A Federação era constituída pelas actuais repúblicas da Guatemala, El Salvador, Honduras, Nicarágua e Costa Rica. Em meados da década de 1830, foi formado um novo estado, o de Los Altos, a qual iria se rebelar contra a federação por a elite liberal local não reconhecer a autoridade dos conservadores na Guatemala. A sua capital ficava em Quetzaltenango, cujo ocupava parte daquilo que são hoje as terras altas no ocidente da Guatemala e o estado mexicano de Chiapas.

História

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Os liberais centro-americanos tinham grandes esperanças na constituição desta federação de repúblicas, a qual acreditavam que iria evoluir rumo a uma nação moderna e democrática, enriquecida graças ao comércio internacional que se processaria através do seu território, ligando os Oceanos Atlântico e Pacífico. Tais aspirações surgem inclusivamente reflectidas nos emblemas da república: a bandeira era constituída por três faixas horizontais, uma branca entre duas azuis, representando assim a terra entre os dois oceanos. O brasão de armas mostrava cinco montanhas (uma por cada uma das repúblicas constituintes da federação), situadas entre dois oceanos e, sobre ela, um barrete frígio, o emblema dos revolucionários franceses.

 
Mapa da América Central (c. 1860) com os Estados que integravam a Federação.

Na prática, contudo, a federação enfrentou problemas praticamente insuperáveis. O projecto democrático apresentado pelos liberais contava com uma forte oposição das camadas conservadoras da sociedade, designadamente a Igreja Católica e os grandes latifundiários. Os meios de transporte e as vias de comunicação entre as repúblicas eram extraordinariamente deficientes. A maior parte da população não se importava minimamente com a governação. A burocracia do governo federal, estabelecido na Cidade da Guatemala, demonstrou ser ineficaz.

Em breve, estalaria o conflito entre várias facções, quer dentro da federação, quer dentro das repúblicas que a compunham. A pobreza e a grande instabilidade política da região impediram o seu desenvolvimento, através da construção de um canal interoceânico (o Canal da Nicarágua ou o Canal do Panamá eram propostas antigas, mas só este último seria concretizado já no século XX), através do qual toda a América Central poderia ter obtido consideráveis benefícios económicos.

A União dissolveu-se na guerra civil havida entre 1838 e 1840. A desintegração começou quando as Honduras deixaram a federação em 5 de Novembro de 1838. As demais repúblicas acabaram também por separar-se, e a união desapareceu em 1840.

Depois disso, foram feitos vários esforços para reunir de novo a América Central, ao longo do século XIX. A primeira tentativa foi levada a cabo em 1842, pelo antigo presidente federal Morazán, o qual foi capturado pouco tempo depois de ter dado o grito de revolta e executado. Décadas depois, o presidente guatemalteco Justo Rufino Barrios tentou reunir a federação pela força das armas, na década de 1880, mas também não foi bem-sucedido, tendo tido o mesmo destino de Morazán. Por fim, uma união entre as Honduras, a Nicarágua e El Salvador numa nova República da América Central durou apenas dois anos (1896 a 1898).

Apesar do falhanço de uma união política na região, o sentido de partilharem uma história comum ao longo de vários séculos e a esperança de uma eventual reunificação persistiu na memória das nações que outrora fizeram parte da União. Em 1856-1857, por exemplo, as repúblicas conseguiram entender-se e estabelecer uma coligação militar para repelir uma invasão do aventureiro norte-americano William Walker. E, ainda hoje, as bandeiras dos cinco Estados que fizeram parte da União retêm o velho formato da bandeira federal: duas faixas azuis rodeando uma faixa branca (apenas pela Costa Rica, tradicionalmente a maior apoiante da integração regional, modificou significativamente a sua bandeira em 1848, escurecendo o tom do azul e adicionando uma faixa vermelha ao centro, rodeada por duas faixas brancas, em honra da bandeira tricolor francesa.

Atuais bandeiras dos cinco Estados que compuseram a
Federação da América Central
         
Bandeira da
Guatemala
Bandeira da
Nicarágua
Bandeira de
El Salvador
Bandeira das
Honduras
Bandeira da
Costa Rica

Presidentes da Federação

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Ver também

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Referências

Ligações externas

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