Luiz Zveiter (Niterói, 25 de janeiro de 1955) é um magistrado brasileiro. É desembargador do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, do qual foi presidente durante o biênio 2009-2010. Foi corregedor geral da justiça pelo biênio 2007-2009.

Luiz Zveiter
Desembargador do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro
Período 5 de outubro de 1995
à atualidade
Dados pessoais
Nascimento 25 de janeiro de 1955 (69 anos)
Niterói, RJ
Alma mater Universidade Gama Filho

Faculdades Integradas de Recursos Humanos e Tecnologia

Nacionalidade brasileiro

Foi presidente do Superior Tribunal de Justiça Desportiva, membro da Comissão de Estudos Jurídico-Desportivos do Ministério do Esporte e da comissão especial incumbida da elaboração do projeto que se converteu no CBJD.

É filho do ex-ministro do Superior Tribunal de Justiça Waldemar Zveiter e irmão do deputado federal Sergio Zveiter, além de pai da jornalista e repórter da TV Globo Luiza Zveiter.[1]

Carreira

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Luiz Zveiter formou-se em engenharia de produção pelas Faculdades Integradas de Recursos Humanos e Tecnologia em 1976, e em direito pela Universidade Gama Filho em 1980.[2]

Foi advogado no Rio de Janeiro e no Distrito Federal, de 1980 até 1995.[2]

Atuou na justiça desportiva, como juiz do Superior Tribunal de Justiça Desportiva da Confederação Brasileira de Voleibol no período de 1983 a 1989, tendo sido o presidente do tribunal de 1985 a 1989, e como auditor do Superior Tribunal de Justiça Desportiva da Confederação Brasileira de Futebol no período de 1990 a 1995.[2]

Foi juiz do Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro de 1988 a 1992, em vaga destinada a jurista, e conselheiro federal da Ordem dos Advogados do Brasil de 1991 a 1995.[2]

Em 22 de março de 1995, tomou posse como juiz do Tribunal de Alçada Cível do Estado do Rio de Janeiro, pelo quinto constitucional da advocacia.[2] Nessa época, seu irmão Sergio Zveiter era o presidente da OAB do Rio de Janeiro, e seu pai, Waldemar Zveiter, ocupava o cargo de ministro do Superior Tribunal de Justiça.[3]

Em 5 de outubro de 1995, tornou-se desembargador do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro.[4]

Foi presidente do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro durante o biênio 2009-2010.[2]

Maçonaria

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Zveiter foi grão-mestre da Grande Loja Maçônica do Estado do Rio de Janeiro, eleito para os triênios 1992-1995 e 2001-2004.[2]

Controvérsias

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Em 2005, decidiu sozinho[5] anular 11 jogos do Brasileirão, em que foi constatada fraude na arbitragem, no esquema conhecido como Máfia do Apito.[6] Disputados novamente, os jogos alteraram a disputa pelo título da primeira divisão. Já o Campeonato Brasileiro de Futebol de 2005 - Série B, mesmo também com partidas apontadas no escândalo como fraudadas, não teve jogos anulados.[7]

Em 8 de abril de 2010, o Conselho Nacional de Justiça anulou o XLI Concurso para Tabelionatos do Estado do Rio de Janeiro, por ter considerado que Zveiter, então Corregedor-Geral da Justiça, favorecera uma amiga e uma ex-namorada, Flávia Mansur Fernandes e Heloísa Estefan Prestes. Zveiter alegou que não mantinha relações com Flávia Fernandes, e que não beneficiara as duas candidatas.[8]

Em 2014 o ex-presidente do CNJ Bernardo Garcez mandou paralisar as obras do Tribunal Eleitoral do Estado do Rio de Janeiro, acusando seus antecessores Luiz Zveiter e Letícia Sardas de terem feito uma concorrência com preço excessivo e sem licença do Iphan. O projeto básico do prédio previa heliporto para uso dos magistrados.[9]

O terreno foi devolvido à prefeitura do Rio por Garcez. A Construtora Lopes Marinho Engenharia e Construção Ltda já recebera 12 milhões de reais pela obra realizada.[10]

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) arquivou por unanimidade, o processo disciplinar contra o desembargador Luiz Zveiter, ex-presidente do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ). O caso apurava se Zveiter havia favorecido a incorporadora Cyrela num processo judicial.

De acordo com a denúncia, instaurada em 2010, ele teria fornecido dados da incorporadora durante a análise do caso pelo TJ-RJ. Na ação, era questionado se a Cyrela seria proprietária de um terreno localizado na Barra da Tijuca, na capital fluminense. O plenário do CNJ considerou não haver provas suficientes de que houve o envolvimento de Zveiter. No total, foram 12 votos pela improcedência da ação no Conselho Nacional. Apenas o conselheiro Rogério Nascimento não votou no caso. Nascimento declarou-se impedido porque analisou o processo quando estava no Ministério Público (MP).

Corre também no CNJ denúncia de fraude em obra da Construtora Delta no Tribunal de Justiça do Rio. O Tribunal de Contas do Estado fez um relatório pesado sobre a concorrência. O desembargador Luiz Zveiter é responsabilizado por ter sido o presidente do TJRJ que contratou a Delta. Revela o relatório do CNJ que o contrato de 174,8 milhões de reais, assinado em 2010 pelo então presidente do TJRJ Luiz Zveiter, foi aditivado quatro vezes mesmo sem qualquer acréscimo na obra; a Delta foi agraciada com aditivos superiores a 23% entre 2010 e 2012. Até o pagamento de impostos foi sonegado.[11]

Referências

  1. «Presidente do TJ-RJ grava vídeo para campanha do irmão». Folha de S.Paulo. 6 de agosto de 2010 
  2. a b c d e f g «Desembargador Luiz Zveiter». Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro. Consultado em 19 de abril de 2017 
  3. Marcelo Auler (20 de novembro de 2016). «Luiz Zveiter: um dilema para o Tribunal de Justiça do Rio - See more at: marceloauler.com.br/luiz-zveiter-um-dilema-para-o-tribunal-de-justica-do-rio/#sthash.jRpZ24iO.dpuf». Marcelo Auler repórter. Consultado em 19 de abril de 2017 
  4. «Luiz Zveiter». Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro. Consultado em 23 de abril de 2023 
  5. ConJur, Redação (30 de setembro de 2005). «Zveiter vai decidir sozinho anulação de jogos». UOL. Consultado em 10 de março de 2024 
  6. ConJur, Redação (14 de outubro de 2005). «Luís Zveiter é responsável por confusão, diz Busato». Consultor Jurídico. Consultado em 10 de março de 2024 
  7. «Em 2005, PLACAR divulgou dossiê sobre a Máfia do Apito». Placar. Placar de 10 de maio de 2023. Consultado em 29 de julho de 2024 
  8. «Cópia arquivada». Consultado em 5 de junho de 2010. Arquivado do original em 10 de novembro de 2014 
  9. «Desembargador quer parar obra de tribunal». Estadão. Consultado em 10 de março de 2024 
  10. adriano.araujo. «TRE-RJ suspende obra da nova sede após denúncias sobre irregularidades | Rio de Janeiro | O Dia». odia.ig.com.br. Consultado em 10 de março de 2024 
  11. thiago.antunes. «CNJ decidirá se afasta Zveiter, acusado de favorecer empresa | Rio de Janeiro | O Dia». odia.ig.com.br. Consultado em 10 de março de 2024 
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