Leodegária de Jesus
Leodegária Brazília de Jesus (Caldas Novas, 8 de agosto de 1889 — Belo Horizonte, 12 de julho de 1978) foi uma professora, redatora de jornal e poeta brasileira.[1][2][3]
Leodegária de Jesus | |
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Nome completo | Leodegária Brazília de Jesus |
Nascimento | 8 de agosto de 1889 Caldas Novas, Goiás, Brasil |
Morte | 12 de julho de 1978 (88 anos) Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil |
Nacionalidade | brasileira |
Ocupação | Poeta |
Principais trabalhos | Coroa de lírios (1906) |
Biografia
editarLeodegária Brazília de Jesus nasceu em 8 de agosto de 1889, em Caldas Novas. É filha dos professores José Antônio de Jesus, homem negro, e Ana Isolina Furtado Lima de Jesus, mulher branca. Mudou-se com apenas dois meses de idade para Jataí Realizou seus estudos iniciais na cidade. Com a eleição do seu pai para deputado estadual, emigrou aos 14 anos de idade para Vila Boa, afim de concluir sua educação básica no Colégio Sant'Ana.[4] Por ser mulher e negra foi impedida de cursar Direito na Faculdade de Direito de Vila Velha.[5]
Em 1906, quando tinha 17 anos, lançou seu primeiro livro, Corôa de Lyrios, pela editora Azul, de Campinas. Esse foi o primeiro de livro de autoria feminina em Goiás. Um ano depois integrou-se ao Clube Literário Goiano, mantendo contado com diversas poetisas como Luzia de Oliveira, Rosita Godinho, Alice Santa e Cora Coralina. Nesse mesmo ano fundou o jornal A Rosa, ao lado de Cora Coralina em 1907, tendo sido redatora do semanário.[6][4]
Mudou-se por diversas cidades, buscando tratando para a cegueira progressiva de seu pai. Viveram em Minas Gerais, Amazonas, Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Paulo. Durante os anos em Araguari, Minas Gerais, Leodegária fundou o Colégio São José, em 1921, destinado a educar as moças da cidade. Em todas as cidades que passou atuou ora como professora, ora como mestre-escola. Por ser professora, e portanto, funcionária do estado, era desencorajada a publicar poesias em jornais, passando a adotar diversos pseudônimos.[4]
Em 1928 publicou seu segundo livro Orchideas.[4]
Faleceu em Belo Horizonte, em 12 de julho de 1978, aos 88 anos de idade.[4]
Crítica
editarÉ possivel notar enorme influência da estética romântica, muito marcada pela experiência amorosa filial, romântica e erótica. Um erotismo sutil, romantismo em via de um devir irrealizável e uma devoção perene à figura paterna. Autobiográfica, sua escrita também de traços parnasianos não negava o contato tardio da literatura goiana com o modernismo. Todavia, lutava contra essa influência modernista, colocando-a em segundo plano.[4]
Homenagens post-mortem
editarQuando se deu a fundação da Academia Feminina de Letras e Artes de Goiás foi escolhida como uma das patronas da instituição.[4]
Grande parte de sua produção foi editada em 2011, sob o título Lavra de Goiaseses III - Leodegária de Jesus, selecionando seus dois livros e diversas crônicas e poesias inéditas publicadas em jornais.[4]
Atualmente há o coletivo feminino Gira Leodegária de Jesus, na Faculdade de Letras da Universidade Federal de Goiás, que busca produzir conhecimento sobre epistemes populares e acadêmicas.[4] Em 2024 foi concedido, postumamente, o título de Doutora Honoris Causa a Leodegária, a reitora Angelita Pereira de Lima tratou a homenagem como “uma ação de reparação histórica por parte da UFG e da sociedade goiana”.[5]
Obras
editar- Coroa de lírios (1906).
- Orchideas (1928).
Referências
- ↑ Antonio Miranda. «Poesia goiana: Leodegária de Jesus». Consultado em 27 de junho de 2020
- ↑ O Popular (24 de agosto de 2019). «Leodegária de Jesus, poeta de Goiás, recebe homenagens». Consultado em 27 de junho de 2020
- ↑ Rezende, Tânia Ferreira. «A semiótica dos corpos na literatura goiana: o corpo negro de Leodegária de Jesus». Plurais (UEG). 8: 131-159. Consultado em 27 de maio de 2020
- ↑ a b c d e f g h i «Leodegaria de Jesus Mulher Negra Intelectual no Pós-Abolição». Geledes
- ↑ a b «Leodegária de Jesus e a força da Mulher na UFG». UFG - Universidade Federal de Goiás. Consultado em 19 de julho de 2024
- ↑ Universidade Federal de Goiás (15 de dezembro de 2014). «Uma pioneira da poesia». Consultado em 27 de junho de 2020