Merindilogum

espiritualidade
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Merindilogum (lit. "dezesseis"),[1] que deriva de erindinlogum (erindinlogun) ou edilogom,[2] é um sistema divinatório utilizado na África pelos iorubás. É um dos muitos métodos divinatórios utilizado pelos Babalorixás e Ialorixás que conta com 16 búzios. Nele ocorre a interpretação das caídas dos búzios por odu e (cada odu indica diversas passagens) de acordo com a mitologia iorubá.

Merindilogum

No merindilogum, os Orixás são os intermediários entre Olodumarê e seres humanos. As caídas são dadas conforme a quantidade de búzios abertos e fechados resultante de cada arremesso. A resposta para cada quantidade de búzios abertos e fechados, corresponde um odu[3] e deve ser interpretado, transmitindo-se ao consulente tanto o significado da caída, quanto o que deve ser feito para solucionar o problema.

Caída de Búzios

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Merindilogum
  1. Um búzio aberto - Ocarã
  2. Dois búzios abertos - Ejiocô
  3. Três búzios abertos - Etaogundá
  4. Quatro búzios abertos - Irossum
  5. Cinco búzios abertos - Oxê
  6. Seis búzios abertos - Obará
  7. Sete búzios abertos - Odi
  8. Oito búzios abertos - Ejionilê
  9. Nove búzios abertos - Ossá
  10. Dez búzios abertos - Ofum
  11. Onze búzios abertos - Ouarim
  12. Doze búzios abertos - Ejilaxeborá
  13. Treze búzios abertos - Icá
  14. Quatorze búzios abertos - Ejilobom
  15. Quinze búzios abertos - Obeogundá
  16. Dezesseis búzios abertos - Ejibê

História

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Em 1830 em Salvador, Bahia, eram raros os que tinham a função do jogo de búzios por odu, que era consultado apenas para os desígnios do plano divino, diferente do tempo atual que é procurado para resolução de vários tipos de problemas inerentes aos conflitos existenciais, e a busca de conhecer seus procedimentos, e que encanta não só ao povo do santo.

O jogo de búzios[4] instituído no Brasil contribuiu para a organização do candomblé, sofrendo transformação para ser utilizado pelas mulheres e no futuro, por todos os dirigentes de candomblés que vieram a ser formados. Esta nova modalidade foi feita por Iá Nassô e Babá Assicã que depois de libertos da escravidão, viajaram para a África e voltaram depois de sete anos. Esta simplificação tornou-se menos complexa, promovendo uma mudança radical de status religiosos. Os Babalorixá e Ialorixá são independentes, dirigentes de seus próprios terreiros de candomblé. babalaô, é o título aplicado somente para quem joga o Ifá ou opelé-ifá.

Por outro lado os sacerdotes de nações Bantos que já tinham seu próprio jogo de búzios e não eram orientados pelas caídas de Odu, nessa ocasião passaram a mesclar seu jogo, ora por caída ora por Odu, mas muitos deles optaram por continuar usando seus métodos de jogo, mantendo suas tradições.

Bibliografias

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Referências

  1. Donato, Hêrnani (1973). Dicionário das mitologias americanas. São Paulo: Culturix. p. 96 
  2. Bastide, Roger (2001). O candomblé da Bahia: rito nagô. São Paulo: Companhia das Letras. p. 309 
  3. «Odús». web.archive.org. 17 de maio de 2008. Consultado em 6 de fevereiro de 2020 
  4. Jogo de búzios - Um encontro com o Desconhecido - José Beniste.