Fortaleza de Itapiru

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A Fortaleza de Itapiru localizava-se na margem direita do rio Paraná, próximo à sua confluência com o rio Paraguai, no atual Departamento de Ñeembucú, no Paraguai, a leste da ilha do Cerrito, no ponto onde desemboca o riacho Paranamí.

Vista da Fortaleza paraguaia de Itapirú, em Paso de la Patria.

O local sedia, desde 1971, a Base Naval Itapirú da Armada Paraguaia e conserva os restos de uma antiga muralha.

O local forma uma ilha desde 1983, devido a uma grande inundação que alterou a sua geografia, levando a que o riacho Yacaré (um desprendimento do rio Paraná) passasse a desembocar no rio Paraguai.[1]

História

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Antecedentes

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Em 1846 o governo de Carlos Antonio López erigiu uma bateria em Itapirú, no local onde o seu antecessor, José Gaspar Rodríguez de Francia havia feito construir uma muralha defensiva, e destacou um piquete de dez soldados para a ilha do Cerrito. Entretanto, uma grande cheia do rio Paraná em 1848 destruiu essa bateria e a ilha foi evacuada.

A Guerra da Tríplice Aliança

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No contexto da Guerra da Tríplice Aliança (1864-1870), esta fortificação controlava o acesso à província argentina de Corrientes, que lhe era fronteira, na margem esquerda do rio Paraná.

Em novembro de 1865 Francisco Solano López restaurou a artilharia da fortaleza, instalando-lhe seis peças.

"Itapirú es un punto de roca que sale a amenazar la corriente del Paraná. Las ondas del río lamen sus costas por el sud donde está el canal principal, y por el este que es el canal privado y exclusivo del Paso de la Patria y donde forma una gran ensenada. Dos flancos pues presenta para el ataque de donde pueden cruzarse los fuegos y disputar la desocupación del punto. La escuadra en todo el tiempo de su permanencia, no se ha atrevido a asomarse al canal privado de que manifiesta un miedo cerval, y solo se ha contentado en atacar Itapirú por el frente sud, donde el respaldo de una colina preserva la infantería de los tiros del enemigo, cuyas balas o se hunden en las arenas de la colina, o van a visitar los pantanos y las lagunas del centro, haciendo por consiguiente inútil y sin ningún resultado el bombardeo que están efectuando."[2]

A praça encontrava-se sob o comando de José María Bruguez, secundado pelo major Alvarenga e o capitão Pedro Hermosa.

 
A frota brasileira é atacada por uma chata paraguaia, matando 34 pessoas a bordo do Tamandaré (Le monde illustré: journal hebdomadaire, nº 477, 02/06/1866).

A 20 de março de 1866 o encouraçado "Tamandaré" da Marinha Imperial foi enviado em missão de reconhecimento das águas do rio Paraná até à altura de Itati, juntamente com o encouraçado "Bahia" e o barco "Cisne". Entre os seus passageiros, seguiam a bordo o almirante Tamandaré e o presidente da Argentina, Bartolomé Mitre. Ao passar diante das defesas de Itapiru foram bombardeados, sem sucesso.

A 22 de março realizou-se um ataque da esquadra brasileira contra uma chata paraguaia artilhada na ilha de Carayá.

A 27 de março, a artilharia de uma chata paraguaia, a navegar nas imediações de Itapiru, atingiu o encouraçado "Tamandaré", causando-lhe 37 baixas.

Quando da contra-ofensiva aliada a partir de abril de 1866, foi o primeiro obstáculo a ser vencido pelas forças do 1º Corpo de Exército brasileiro comandadas pelo Marechal-de-Campo Manuel Luís Osório (1808-1879).

No assalto à fortaleza (5 de abril) destacou-se o batalhão comandado pelo Coronel João Carlos Villagran Cabrita (1807-1866), e os do então Major Manuel Deodoro da Fonseca (1827-1892), futuro presidente da república brasileira.

Combate da Ilha da Redenção (10 de abril): A 19ª Brigada, comandada pelo Coronel Villagran Cabrita, repeliu o ataque dos paraguaios.
Batalha de Itapirú (17 de abril), vencida pelos brasileiros, sob o comando do Marechal Osório.

Na noite de 5 para 6 de abril, protegidos pela neblina, deu-se o desembarque aliado em uma ilha vizinha a Itapiru, denominada Ilha da Redenção, Ilha Cabrita ou Ilha de Carvalho pelos brasileiros, e Ilha Purutué (em guarani, galo barulhento) pelos paraguaios, numa referência aos ruídos produzidos por estas aves naquela ilha. A partir dela, iniciou-se um intenso bombardeio da fortaleza por oito peças de artilharia brasileira. A fortaleza recebeu 1500 bombas, desde o flanco argentino (bateria de Corrales), o brasileiro na ilha Cabrita, e pelo rio, da esquadra Imperial.

O chamado Combate del Banco Purutué (ou Combate da Ilha da Redenção) teve lugar no dia 10 de abril, quando as tropas paraguaias tentaram desalojar as brasileiras de sua posição, enviando contra eles 29 canoas com um efetivo de 1260 homens sob o comando do tenente-coronel José Eduvigis Díaz. Foram, entretanto, rechaçados com grandes perdas e retiraram-se sob o fogo da esquadra brasileira, que por sua vez se viu forçada a retirar diante do fogo da fortaleza de Itapiru. Os tiros disparados contra o vapor Fidelis foram a causa mortis do coronel Villagran Cabrita. No decorrer da mesma ação, foi inutilizado ainda o vapor brasileiro Enrique Martins. O ataque custou 900 baixas paraguaias e 1000 brasileiras.[3]

Notas

  1. Abc Digital. Miércoles, 23 de Julio de 2008
  2. Natalicio Talavera, 7 de abril de 1866, no periódico paraguaio El Semanario.
  3. «La Artillería Paraguaya en la Guerra Contra La Triple Alianza.». Consultado em 14 de março de 2011. Arquivado do original em 22 de maio de 2015 

Ligações externas

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