Distorção cognitiva
Distorções cognitivas são pensamentos exagerados e irracionais, identificados pela terapia cognitiva e suas variantes, que em teoria perpetuam alguns distúrbios psicológicos. A teoria de distorções cognitivas foi apresentada por David Burns em 1989,[1] depois de estudar e desenvolver pesquisas na área com o professor e psiquiatra estado-unidense Aaron T. Beck.[2] É dito que a eliminação dessas distorções cognitivas melhora o sentimento de bem-estar e desencoraja a ocorrência de doenças como depressão e ansiedade crônica. O processo de aquisição pelo paciente de técnicas para refutar as distorções cognitivas diagnosticadas é chamado de "reestruturação cognitiva".
Exemplos
editarMuitas distorções cognitivas também são consideradas falácias lógicas.[3]
- Maneira de pensar tudo-ou-nada - Concepção, argumentação e julgamentos em termos absolutos, como "sempre", "todos", "nunca", e "não há alternativa". Ver falso dilema.
- Generalização Excessiva - Extrapolamento de experiências limitadas e provas para generalizações excessivas, ocorrendo no processo cognitivo um distanciamento da realidade.
- Pensamento mágico - Expectativa de resultados determinados com base no desempenho de atos não relacionados ou pronunciamentos. Ver wishful thinking.
- Filtro Mental - Incapacidade de ver tanto os aspectos positivos quanto os negativos de uma experiência.
- Desqualificar o positivo - Desconsideração de experiências positivas por arbitrárias razões ad hoc.
- Tirar conclusões precipitadas - Chegar a conclusões (normalmente negativas) a partir de pouca (ou nenhuma) evidência. Dois subtipos específicos e comuns são também identificados:
- Leitura mental - Senso cabal de acesso às intenções ou pensamentos de outras pessoas.
- Leitura do futuro - Expectativas inflexíveis de como as coisas vão acontecer antes que elas aconteçam.
- Ampliação e minimização - Ampliação ou minimização de uma memória, ou qualquer outro fato, de forma que já não corresponde à realidade objetiva. Existe um subtipo de ampliação:
- Catastrofização - Incapacidade de prever outra coisa senão o pior resultado imaginável, porém improvável, ou considerando uma situação como insuportável ou impossível quando é apenas incômoda.
- Raciocínio emocional - Vivenciamento da realidade como um reflexo de emoções, por exemplo, "Eu sinto, portanto, deve ser verdade."
- Imperativo tem- Padrões de pensamento que implicam a forma como comportamentos e situações tem que ser, ao invés de considerar a situação como as coisas são, gerando insatisfação, preconceitos e distorções de julgamento. Ou também ter regras rígidas nas quais a pessoa acredita que "sempre se aplicam" não importando as circunstâncias.
- Personalização - Atribuição de responsabilidade pessoal (ou papel causal ou culpa) para os eventos sobre os quais uma pessoa não tem controle.
Raiva Narcísea
editarA raiva narcísea pode ser considerada um tipo de distorção cognitiva. Ela ocorre quando o narcisista sente que foi menosprezado e, normalmente, mas não necessariamente, é dirigida à pessoa que realizou tal ação. Para outras pessoas, a raiva é incoerente e injusta. Essa raiva prejudica a cognição do narcisista, portanto, prejudicando o seu julgamento. Durante a raiva ele está propenso a gritar, a distorcer fatos e fazer acusações sem fundamento.[4]
Veja também
editarReferências
- ↑ Burns, D. D. (1989). The Feeling Good Handbook. [S.l.: s.n.] ISBN 0452281326
- ↑ Beck, Aaron T. (1975). Cognitive Therapy and the Emotional Disorders. [S.l.]: International Universities Press. ISBN 0-8236-0990-1
- ↑ Tagg, John (2005). «Cognitive Distortions». daphne.palomar.edu. Consultado em 24 de outubro de 2011
- ↑ Thomas D Narcissism: Behind the Mask (2010)
Ligações externas
editar- «Coping with Music Performance Anxiety». uwec.edu. University of Wisconsin-Eau Claire Counseling Services. Consultado em 17 de dezembro de 2010
- Schimelpfening, Nancy (27 de setembro de 2007). «What Are Cognitive Distortions?». about.com. Consultado em 30 de janeiro de 2010
- Dhillon, Anand (11 de junho de 2008). «Cognitive Distortions». ananddhillon.com. Consultado em 30 de janeiro de 2010
- Doverspike, William F., PhD. «How Cognitive Distortions Cause Emotional Distress». gapsychology.org. Georgia Psychological Association. Consultado em 30 de janeiro de 2010