Em álgebra linear e geometria analítica, a desigualdade de Cauchy-Schwarz, também conhecida como a desigualdade de Schwarz, a desigualdade de Cauchy, ou a desigualdade de Cauchy-Bunyakovsky-Schwarz, é uma desigualdade muito útil que aparece em vários contextos diferentes, tais como em análise, aplicando-se a séries infinitas e integração de produtos, e na teoria de probabilidades aplicando-se as variâncias e covariâncias.
A desigualdade garante que, dado um espaço vetorial com produto interno , então para quaisquer dois vetores se tem
com igualdade se, e só se, u e v forem linearmente dependentes[1].
Essa desigualdade para somas foi publicada por Augustin Cauchy (1821), enquanto a correspondente desigualdade para integrais foi primeiro estabelecida por Viktor Yakovlevich Bunyakovsky (1859) e redescoberta por Hermann Amandus Schwarz (1888) (às vezes chamado erroneamente de "Schwartz").
Se x e y são vectores com n coordenadas a desigualdade toma a forma
Em análise esta desigualdade pode ser aplicada a séries infinitas.
Demonstração (Caso complexo)
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Como a desigualdade é trivialmente verdadeira no caso y = 0, podemos assumir que é diferente de zero.
Seja um número complexo. Então,
Escolhendo
temos que
o que é verdadeiro, se e somente se
ou de modo equivalente:
Q.E.D.
Demonstração 2 (Caso real)
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Se for o vector nulo, o resultado é imediatamente verdadeiro. Suponhamos, agora, que
Para um número real arbitrário, tem-se, pelas propriedades do produto interno:
Desenvolvendo esta desigualdade:
O membro do lado esquerdo desta equação é um polinómio do segundo grau em com a concavidade voltada para cima, pois o termo em é a norma de um vector. Assim sendo, só será não-negativo (condição necessária para manter a desigualdade) se não tiver zeros, o que só acontece se o seu binómio discriminante for menor ou igual que zero. Simbolicamente:
Sabendo que
Q.E.D.
Para a última parte do teorema, basta observar que apenas haverá igualdade se a função em tiver uma única raiz real, o que só acontece se e implica que que é o mesmo que dizer que os vectores são linearmente dependentes.
Referências
- ↑ QUEIRÓ, J. F.; SANTANA, A. P. (2010). Introdução à Álgebra Linear (1.ª edição). Gradiva ISBN 978-989-636-372-3. Páginas 147 e 148.