Química clínica
Química clínica (também conhecida como bioquímica clínica ou química fisiológica e patológica) é ciência de interface entre a química e a patologia.[1] Suas investigações e conclusões podem ser utilizadas na medicina hospitalar e clínica como suporte para medico confirmar ou descartar determinado diagnostico.
História
editarOriginou-se no final do século XIX.[2] Através do uso de técnicas químicas para análise de sangue e urina e evoluiu até incorporar técnicas modernas como PCR, imunoensaios e eletroforese e análises de aspirados do suco gástrico e líquido cefalorraquidiano.
As investigações bioquímicas hoje estão presentes em todos os ramos da medicina clínica. Os resultados bioquímicos e químicos podem ser usados na monitorização, prognóstico, diagnóstico, tratamento e mesmo investigação de doenças.[1]
Exames
editarNa química clínica é fundamental o entendimento e análise dos resultados e procedimentos das dosagens obtidas.[3]
A sequência de ações dentro de um laboratório onde são realizados exames laboratoriais inicia-se com a coleta do material a ser analisado e termina com a emissão de um laudo diagnóstico.[4]
Na fase pré-analítica, o paciente é orientado,o material a ser analisado é coletado, a manipulado e conservado para posterior analise. É nesta fase onde ocorrem a maioria dos erros. A fase analítica, com os avanços tecnológicos, é realizada através de aparelhos automatizados.Isso garante um maior percentual de acertos,respostas mais rápidas, tempo do profissional otimizado, e análises em maior escala, possibilitando uma intervenção mais ágil, aumentando assim a possibilidade de salvar mais vidas humanas.[5] Nos laudos, os principais erros são unidades erradas, erro de digitação, não informação de interferentes no exame, etc.[4]
Dentro deste contexto, existem diversos fatores que podem interagir com o resultado do exame, resultando em um falso-negativo ou falso-positivo: medicamentos utilizados pelo paciente, sua resposta metabólica, jejum, transporte do material, centrifugação, metrologia, reagentes, calibração e manutenção dos equipamentos, entre outros.[4]
Entre os exames solicitados com maior frequência temos: bioquímica do sangue (dosagem de glicose, ureia, creatinina, colesterol total e fracções, triglicerídeos, ácido úrico, etc), imunologia (teste imunológico de gravidez, teste luético, antiestreptolisina o, proteína c reativa, etc), eletrólitos. Estas analises avaliam principalmente a função renal, hepática, urinálise, dislipidemias, porfirias, distúrbios do ferro, proteínas plasmáticas, disproteinemias, diabetes, entre outros patologias.[6][7]
Mercado de trabalho
editarNo Brasil, estão aptos a atuarem em química clínica e serem responsáveis técnicos: bioquímico, químico, biomédico, biólogo, farmacêutico e médico[8] desde que devidamente habilitados por seus respectivos conselhos profissionais relacionados a seguir. A Lei Federal nº 6.684/79[1] define a área de atuação de biólogos e biomédicos. A Lei Federal nº 7.017/82[2] dispõe sobre o desmembramento dos Conselhos Federal e Regionais de Biologia e Biomedicina - que até então eram um só conselho para as duas categorias de profissionais. O decreto 85877 define os profissionais da química (bioquímicos e químicos) nas análises químicas, toxicológicas e químico-biológicas reclamadas pela clínica médica e estabele a possibilidade de atuação em órgãos ou laboratórios de análises clínicas ou de saúde pública ou de seus departamentos especializados.[8]
Análises de rotina, emergência ou especializada
editarOs laboratórios de química bioquímica clínica permitem efetuar testes urgentes, que são processados rapidamente pois o seu resultado é crítico para o atendimento de pacientes em estado grave e que necessitem com urgência de diagnostico e tratamento. Exemplo disso são a ureia e os eletrólitos, os gases sanguíneos, a glicose, o cálcio, entre outros.
Dentro da bioquímica clínica há várias análises ditas de rotina, que são processados após certo tempo, como análises de glicose e colesterol. Existem também laboratórios especializados em analises mais complexas e/ou sofisticadas, tais como a investigação de certos hormônios, de proteínas específicas, de drogas e de DNA. Normalmente as análises são efetuadas em laboratórios de referência.
Certos testes podem ser elaborados fora do laboratório. Isto se aplica no caso da glicose, em que a sua concentração tem de ser vigiada no doente diabético. Embora não isentos de riscos, os seus resultados são na sua maioria rápidos e fiáveis.
Referências
- ↑ a b Burtis, C., Ashwood, E., Bruns, D. Tietz Fundamentals of Clinical Chemistry, 5.ed. Elsevier (Halbourn, 2007)
- ↑ PubMed Central. History of clinical chemistry. Acesso em 24 de abril de 2009.
- ↑ Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto. Bioquímica clínica. Acesso em 24 de abril de 2009.
- ↑ a b c CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIA DO ESTADO DE SÃO PAULO. Cartilha: Análises clínicas e toxicológicas. Abril de 2007.
- ↑ BISHOP, Michael L. et al. Clinical Chemistry. Acesso em 24 de abril de 2009.
- ↑ Portal Mackenzie. Bioquímica clínica. Acesso em 24 de abril de 2009.
- ↑ Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Bioquímica clínica. Acesso em 24 de abril de 2009.
- ↑ a b «Decreto Nº 85.877, de 07 de abril de 1981». Conselho Federal de Química. Consultado em 15 de setembro de 2009. Arquivado do original em 14 de março de 2009