Sabe quando bate o "momento reflexão" e a gente para o que está fazendo, levanta a cabeça e fica tentando descobrir o verdadeiro sentido do que fazemos ou da forma como fazemos?
Faz dias que eu reflito e questiono a respeito da forma como faço scrap, mas ainda não tinha colocado no papel (ou na tela, por assim dizer). Na prática, funcionaria mais ou menos assim: nem sempre sei exatamente o que penso. Tenho que colocar para fora, para poder examinar bem de perto, analisar a verdadeira intenção de cada palavra ou frase, rsrs.
Vamos à reflexão:
O que realmente me move (ou deveria me mover) dentro do scrapbook?
Por um lado, adoro os LO’s bem trabalhados, que têm cara de obra de arte, independente do estilo a que se propõem. E esses, eu queria fazer o tempo todo, não exatamente com o objetivo de fazer scrap, no sentido original da palavra. Queria fazer muito mais para satisfazer o meu lado designer de ser.
Por outro lado, não quero me afastar do objetivo principal do scrap que é contar uma história ou a história de um momento, registrar fatos importantes da vida e etc. De que me adianta, por exemplo, ficar horas fazendo um LO divino, que vai ser comentado por trocentas pessoas na galeria e publicado no Gallery Standouts e etc, se ele fala sobre a unha do meu dedo mindinho, que não sei se fica melhor pintada de rosa ou vermelho?
Se eu gasto horas tentando fazendo LO’s divinos, com temas superficiais, que tempo eu dedico para os LO’s que contam a história dos meus filhos, que acompanham o desenvolvimento deles, que registram os momentos especiais das nossas vidas?
O ideal, para mim, seria unir as duas coisas: fazer LO’s divinos (dentro do meu conceito do que é bom) e contar histórias! Mas na prática, é raro ver as duas coisas conseguindo caminhar juntas Faça um teste: entre numa galeria de scrap e marque os LO’ mais lindões. Desses, quantos realmente são LO’s que registram momentos? Na sua grande maioria, os LO’s maravilhosos se destacam exatamente pela técnica, pelo design, pela busca da “arte pela arte”.
Assim, percebo que é muito difícil conciliar as duas coisas! Devo confessar que ainda tendo para um lado ou para o outro. Talvez, caminhar dentro do objetivo original do scrap seja justamente deixar um pouco de lado a busca pela técnica, pela perfeição e fazer scrap de uma forma muito mais leve e solta, em que a preocupação maior seja a de registrar memórias.
De qualquer forma, tenho visto na galeria Digiscrappers Brasil (que é a galeria que eu acompanho mais de perto), scrappers maravilhosas, fazendo páginas lindas e conseguindo conciliar as duas coisas: significado e técnica. E a elas eu me rendo e é com elas que eu quero aprender, independente do estilo que praticam!
