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sexta-feira, 1 de novembro de 2024

Desembargador suspeito manter mulher surda em trabalho análogo à escravidão por 37 anos


Fantàstico mostou um vídeo sobre Sonia

Doméstica surda mantida em trabalho escravo na casa de desembargador é resgatada em SC

Fiscalização reforçou indícios do crime apontados em denúncia e por testemunhas ouvidas na fase inicial da apuração

Florianópolis – Foi resgatada, na última sexta-feira (9), a empregada doméstica mantida em condições análogas à escravidão por mais de 30 anos na casa de um desembargador do Tribunal de Justiça de Santa Catarina, em Florianópolis. A operação que resultou no resgate foi deflagrada no dia 6 de junho, após denúncia recebida no Ministério Público do Trabalho (MPT). Testemunhas foram ouvidas na fase preliminar da investigação, o que fundamentou a obtenção, pelo Ministério Público Federal (MPF), de mandados judiciais do STJ para fiscalizar o domicílio.

Sônia Maria de Jesus tem 50 anos, é surda e vivia em um abrigo de crianças de São Paulo quando foi retirada do local pela sogra do desembargador aos 9 anos de idade. No início da adolescência, época em que a primeira filha dos investigados nasceu, Sônia foi entregue ao casal e passou a conviver com a família.

Apesar da alegação dos investigados de que Sônia era tratada como se fosse da família, ela nunca teve instrução formal, não aprendeu a ler e escrever e não foi, nem mesmo, alfabetizada na língua brasileira de sinais (libras), o que lhe retirou toda a possibilidade de autonomia e de desenvolver seus potenciais. Comunicava-se precariamente, por meio de gestos simples, só entendidos por quem convivia com ela dentro da residência, e não possuía convívio social fora do ambiente dessa família. Diferentemente dos filhos biológicos do casal, ela passou a ter plano de saúde, CPF, RG e título de eleitor somente em 2021. Antes dessa data, seu único documento era a certidão de nascimento.

Operação

Os mandados de busca e apreensão na casa do desembargador e de sua esposa foram cumpridos pelo Grupo Especial de Fiscalização Móvel, com participação de Auditores-Fiscais do Trabalho, vinculados ao Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), do Ministério Público do Trabalho (MPT), Ministério Público Federal (MPF), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Federal (PF).

A fiscalização reforçou indícios do crime presentes na denúncia e que foram confirmados por testemunhas ouvidas na fase inicial da apuração. Conforme relatos, a vítima realizava tarefas domésticas sem receber salário nem direitos trabalhistas, como arrumar camas, passar roupas e lavar louças.

Testemunhas relataram que Sônia dormia em dependências de empregadas tanto na casa do casal em Blumenau/SC, antes de o magistrado se tornar desembargador, quanto na residência em Florianópolis. Referiram, ademais, que costumava tomar as refeições na cozinha, junto de demais empregadas da casa.

Pós-resgate 

Sônia foi acolhida por uma entidade que presta assistência social e psicológica. Além disso, ela será inserida em entidade filantrópica especializada na alfabetização e na socialização de pessoas surdas para que possa interagir com outras pessoas, desenvolver atividades lúdicas e desportivas e aprender a se comunicar em libras.

O MPT e a DPU poderão propor termo de ajuste de conduta (TAC), cobrar o pagamento de dívidas trabalhistas em conjunto com os Auditores-Fiscais do MTE e ajuizar ação civil pública em caso de recusa de assinatura de TAC.  

O MTE lavrará autos de infração e liberará guias para que Sônia Maria de Jesus receba três parcelas de seguro-desemprego. A instituição também poderá inserir o desembargador no cadastro de empregadores que tenham submetido trabalhadores a condições análogas à escravidão ("lista suja").

Todas as documentações serão encaminhadas ao MPF para a adoção de providências cabíveis na esfera criminal.

Fontes: SECOM PGT/ Assessoria de Comunicação MPT-SC

(48) 32159913/ 98835-5654/ 99961-2861

Publicado em 12/06/2023



EPISTEMICÍDIO SURDO, PRIVAÇÃO E VIOLÊNCIA LINGUÍSTICA: ESTUDO DE CASO DE SÔNIA, UMA MULHER NEGRA SURDA

Autoras: Gladis Perlin, Keli Krause, Marianne Stumpf e Patrícia Rezende-Curione

Link: 



quarta-feira, 30 de outubro de 2024

MOVIMENTO DE NEGROS SURDOS

O movimento negro surdo é um movimento que debate a inclusão social da comunidade surdo-negra e suas relações étnico-raciais.

As primeiras manifestações sobre o tema surgiram na cidade de São Paulo, após o reconhecimento da Libras como meio de comunicação legal entre os surdos brasileiros.

O movimento negro, em geral, é uma luta contra o racismo e a discriminação racial, que marginalizam os negros no mercado de trabalho, na educação, na política, na sociedade e na cultura. O movimento negro busca a igualdade de direitos e a equidade, e tem sido fundamental para diversas conquistas, como a transformação do racismo em crime. 

                                   

 O congresso foi criado um símbolo para representar o Negro Surdo (figura). A proposta do evento foi trazer a reflexão sobre a consciência acerca das questões relacionadas ao racismo e à surdez. (PRISCILLA FERREIRA) 

O Ensino de Relações Ético-raciais nos percursos de escolarização de negros surdos na educação básico, autora: Priscilla Leonnor Alcencar Ferreira


Em 2009

O 2º Congresso Nacional de Inclusão de Negros Surdos (CNISNS), que aconteceu no Rio de Janeiro em 2009

Em 2012

O 3º Congresso Nacional de Inclusão de Negros Surdos (CNISNS), que aconteceu no Rio de Janeiro em 2012

Em 2013

O 4º Congresso Nacional de Inclusão de Negros Surdos (CNISNS), que aconteceu no Salvador-Bahia em 2013

Em 2015

 

O 5º Congresso Nacional de Inclusão de Negros Surdos (CNISNS), que aconteceu no Rio de Janeiro em 2015, discutiu o "Desafio para o negro surdo: despertar para a construção da identidade". 

Em 2017

A 6ª edição do CNISNS foi realizada em Florianópolis, com a participação de palestrantes brasileiros e estrangeiros. O evento contou com um Festival de Arte Afrosurda, com apresentações de arte, poesia, teatro, contos e danças. 

Os oito palestrantes brasileiros e três estrangeiros, o norte-americano Lindsay Sunn, o alemão Ayiu John Wuol e o francês David de Keyer.


Links:

https://g1.globo.com/sc/santa-catarina/noticia/florianopolis-sedia-o-6-congresso-nacional-de-inclusao-social-do-negro-surdo.ghtml

https://noticias.ufsc.br/2017/11/congresso-de-inclusao-do-negro-surdo-destaca-a-importancia-do-combate-aos-preconceitos/

Em 2019

O 7º Congresso Nacional de Inclusão de Negros Surdos (CNISNS), que aconteceu no São Luis/MA em 2019

Em 2023

O 8º Congresso Nacional de Inclusão de Negros Surdos (CNISNS), foi realizado no Campus Universitário Darcy Ribeiro, na Asa Norte, em Brasília, com a participação da conselheira da Coordenadoria Nacional de Jovens Surdos (CNJS), Yanna Porcino.

O racismo e o preconceito racial são obstáculos que os negros surdos enfrentam, principalmente na escola, e que podem dificultar a aprendizagem. A maioria dos professores, intérpretes de Libras e alguns estudantes ignoram o racismo e o preconceito. 

O Congresso de Inclusão do Negro Surdo, realizado na UFSC, foi um evento que abriu espaço para que pessoas surdas negras pudessem ter acesso a diferentes áreas sociais. Os temas debatidos incluíram:

  • A mulher surda e negra
  • Ações afirmativas
  • Acesso do surdo negro no mercado de trabalho
  • Arte, poesia, teatro, contos, danças e outras modalidades da cultura negra surda 

Links:

https://www.crprs.org.br/noticias/federacao-nacional-de-ensino-e-integracao-de-surdos-do-rs-promove-debate-vidas-negras-surdas-importam

https://agenciamural.org.br/surdo-de-nascenca-edinho-faz-poesia-com-a-lingua-de-sinais/

https://www.porsinal.pt/index.php?ps=congressos&idcon=156

https://www.geledes.org.br/ii-congresso-nacional-de-inclusao-social-do-negro-surdo/

https://slideplayer.com.br/slide/4140427/

https://blog.signumweb.com.br/curiosidades/dia-nacional-da-consciencia-negra-e-os-surdos-negros/

 


Canal de Whatsapp:

https://whatsapp.com/channel/0029VaAVGhw1yT26zgbNLp1p

Canal de Telegram:

https://t.me/+XKNXSDUc0vplNWFh


terça-feira, 15 de outubro de 2024

Literatura em Libras

 

Literatura em Libras
Autora: Rachel Sutton-Spence

Todos capitulos de Literatura em Libras tem acessivel em Libras no Youtube
Link do Youtube: 

Site: http://www.literaturaemlibras.com/


segunda-feira, 14 de outubro de 2024

Livro: Peter Pan Surdo

 

Livro: Peter Pan Surdo
autor Helio Alves de Melo Neto

O escritor surdo Helio Alves transforma o clássico Peter Pan em um livro infanto-juvenil lançado na versão e-book (e versão em LIBRAS)

Site: 

Leia o book e Assiste um vídeo intérprete: 
https://www.culturainglesafestival.com.br/atracao/peter-pan-surdo



quarta-feira, 25 de setembro de 2024

Nota de Esclarecimento sobre o sinal de “I Love You” em língua de sinais

 



A Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos (Feneis) vem a público esclarecer sobre a recente circulação de notícias e vídeos que relacionam, de forma equivocada, o sinal de “I Love You” (Figura 1) ao símbolo de uma facção criminosa como o PCC.

Informamos que essa alegação é falsa e pode gerar mal-entendidos e prejuízos à comunidade surda.

Ressaltamos que o sinal é um patrimônio linguístico e cultural da comunidade surda no mundo. É a expressão do carinho e afeto, é o único sinal em língua de sinais reconhecido em qualquer parte do mundo, por pessoas surdas de todas as idades e de todas as classes sociais.

É lamentável e inaceitável que este sinal, símbolo tão respeitado na comunidade surda, seja usado em discursos criminosos com o objetivo de semear e disseminar o ódio.

O sinal existe há décadas, e a configuração da mão é composta das três iniciais da frase “I Love You”.

Figura 1: Sinal de “I Love You”
Fonte: autoria própria

Figura 2: Configuração de mãos: “I”, “L” e “Y”
Fonte: autoria própria

O sinal de “I Love You”, como mostrado na figura acima (Figura 1), é amplamente utilizado no Brasil, faz parte da Língua Brasileira de Sinais (Libras) e de outras línguas de sinais ao redor do mundo. Faz parte da cultura surda. Seu uso atravessa fronteiras, promove a aproximação entre as pessoas, é a chegada calorosa e a saudosa despedida. É o símbolo mais sincero, honesto e genuíno usado por milhões de Surdos.

Diante desses fatos, a Feneis não se intimidará, estamos tomando todas as providências necessárias para proteger, difundir e perpetuar o uso do sinal “I Love You”. Encaminharemos ações de esclarecimento junto aos veículos de comunicação e ao público em geral.

Pedimos que os responsáveis pela disseminação dessas informações incorretas tenham cautela, pois divulgar conteúdos que associam o sinal a organizações criminosas é uma atitude muito irresponsável e pode causar desinformação para a população.

Contamos com o apoio de todos para que possamos continuar promovendo o respeito e a correta compreensão de toda a representação que existe ao sinal do “I Love You”.


Link: https://feneis.org.br/nota-de-esclarecimento-sobre-o-sinal-de-i-love-you-em-lingua-de-sinais/


Fonte: FENEIS

domingo, 15 de setembro de 2024

Cartilha bilíngue: Libras e Português


volume 1 da coleção "Libras: da história ao sinal"
Conta as aventuras de LÉpée e Laura na Idade Antiga. Estes dois amigos se encontram para brincar e começam a conversar sobre o que seus pais e professores têm relatado envolvendo a vida das pessoas surdas na Idade Antiga. Como pessoas surdas que são, vivendo uma época mais acessível para os surdos na atualidade, se surpreendem com tudo que acabam que conhecer. Quer saber o que estes amigos aprenderam? Então, embarque nesta aventura e se surpreenda também com todas estas histórias. LÉpée e Laura estão espando por você. Bem-vindo e bem-vinda ao "Libras: da história ao sinal".

Fonte: Câmpus Palhoça Bilingue de Instituto Federal Santa Catarina

Clique para baixar:

Assista ao vídeo

Cartilha digital para leitura

Cartilha para impressão

Encarte tabuleiro

Encarte peças tabuleiro e ilustração


quinta-feira, 12 de setembro de 2024

Kika e a estrela encantada

 


Autoria:

Klícia de Araújo Campos
Danilo da Silva Knapik
Beto Potyguara

Organização:
Kelly Priscilla Lóddo Cezar

Nesta história em quadrinhos, Klícia Campos e Beto Potyguara criaram um cordel para os surdos e os leitores ouvintes. Transmitindo para uma nova geração os prazeres de participar do gênero Cordel, a triste experiência comum de ser excluído das atividades da comunidade ouvinte e a felicidade que segue quando os ouvintes (com a ajuda dos animais mágicos e de uma estrela que caia do céu) aprendem Libras e o Cordel passa a ser compartilhado com os surdos.A narrativa se desenvolve sem palavras, lamentavelmente com a Kika sendo excluída, sorrindo quando os animais dançam na roda, dá palmas ao passarinho que incentiva o cordelista a aprender Libras e celebra a alegria de compartilhar o Cordel com o povo surdo. Aproveitem! (Rachel Sutton-Spence)


CLIQUE PARA BAIXAR


Fonte: 

https://www.letraria.net/kika-e-a-estrela-encantada/

História dos Surdos: da Antiguidade à Idade Média


Autor:

Danilo da Silva Knapik
Kelly Priscilla Lóddo Cezar

Ilustradora:
Viviane de Oliveira Angelino

A História dos Surdos é uma área muita complexa e há muitas histórias para contar ao longo do tempo e em diferentes períodos e locais da história. Por isso, escolhemos um dos temas para trabalhar neste projeto “História dos Surdos: da Antiguidade à Idade Média”. Essa HQ narra como era a vivência dos surdos em diferentes povos e civilizações desde 4.000 a.C. até 1.453 d.C. O roteiro sinalizado foi elaborado por mim (Danilo Silva) com base na obra Breve história dos surdos no mundo e em Portugal (2007) publicada pelo autor português Paulo Vaz de Carvalho que relata a história dos surdos no período antigo e medieval. A narrativa deste material retata os estudantes surdos que estão ansiosos com o conteúdo da aula de História na escola bilíngue para surdos. Essa disciplina é ministrada pela professora bilíngue surda que estava contando suas histórias em viagem ao tempo para conhecer os diferentes povos e civilizações e contar como os surdos viviam no mundo antigo e mediável.
(Prof. Dr. Danilo da Silva Knapik)



Fonte:

Charles Michel de l’Épée: uma história sobre o pai dos surdos

 


Autoria:

Danilo da Silva Knapik
Kelly Priscilla Lóddo Cezar

Ilustração:
Viviane Maria da Silva

Essa HQ retrata a história de abade Charles Michel de l’Épée, que ficou conhecido como “o pai dos surdos” pela comunidade surda internacional. Ele nasceu em 1712 em Versalhes, na França. Quando entrou em contato com gêmeas surdas, abriu os olhos do mundo para a importância de língua de sinais na educação dos surdos. Assim, fundava o Instituto Nacional de Surdos-Mudos de Paris, em 1760, na França. Esse instituto serviu de inspiração para muitas escolas de surdos ao redor do mundo no século XIX. Espero que gostem muito desse livro
(Danilo da Silva Knapik)


Fonte:
https://www.letraria.net/charles-michel-de-lepee/




quarta-feira, 28 de agosto de 2024

Bandeira internacional da comunidade surda

 

Bandeira Internacional da Comunidade surda

É é a nova bandeira da Comunidade Surda, eleita na XXI Assembleia Geral da Federação Mundial de Surdos (WFD), realizada em julho de 2023. Trata-se de uma decisão histórica para fortalecer a representação global dos direitos e da cultura da comunidade surda.

Foi criada pelo artista surdocego francês Arnaud Balard e aprovada no dia 09 julho de 2023 como Símbolo Internacional da Comunidade Surda. Porém, já representava a Associação Francesa de Surdos desde maio de 2014.

Fundo da bandeira azul escuro, mão aberta posicionada horizontalmente de cor turquesa e contorno da mão amarelo. A mão representa: surdos, surdocegos, CODAs e intérprete de línguas de sinais. Cada dedo da mão simboliza um continente diferente: Europa, América, Ásia, Oceania e África.

O símbolo apresenta o contorno estilizado de mão, que representa tanto a língua quanto os membros que a comunidade surda utiliza, incluindo os surdos, surdoscegos, CODAs (filhos de pais surdos) e Intérpretes de Língua de Sinais.

Já as cores também trazem significados especiais:

  • Turquesa: a mão representa a Língua de Sinais;
  • Contorno amarelo: representa a iluminação na pauta e a esperança;
  • Fundo em azul escuro: representa a própria surdez e a humanidade.

Essa conquista vem para ser uma representação material com o objetivo de trazer mais visibilidade, pertencimento e conscientização, em busca de um futuro melhor, com mais igualdade, menos barreiras às pessoas com surdez e uma acessibilidade mais efetiva. Dessa forma, esse é um símbolo poderoso de união e inspiração para a comunidade surda em todo o mundo.


A bandeira escolhida foi desenhada pelo artista francês Arnaud Balard, que é surdo cego. O artista sabia que a comunidade precisava de um visual representativo e que simbolizasse a cultura das pessoas surdas; ele desenhou a bandeira dez anos atrás, depois de passar dois anos estudando outras bandeiras ao redor do mundo. O design da bandeira conta com a cor azul escuro, que representa “humanidade”, azul turquesa, representando a ‘’língua de sinais’,’ e o amarelo, representando “luz e esperança”.

A adoção da bandeira como símbolo mundial é de extrema importância para a comunidade surda, já que vai promover visibilidade e reconhecimento, servindo de símbolo de identidade e pertencimento para as pessoas surdas em todo mundo.